Café com seu dinheiro: 04/08/2025

Mercados caem com sinais de fraqueza nos EUA, tensão política no Brasil e petróleo em excesso no mundo.

Resumo de hoje:

  • 🏦 Estados Unidos: menos vagas, mais dúvidas — e o Fed no meio do fogo cruzado

  • 👷 Brasil: trabalho tem, mas também tem processo

  • 🐉 China bota grana no Brasil (e não é no TikTok, não)

  • 🇧🇷🆚🇺🇸 Lula, Trump e as tarifas: quase, quase…

  • 👥 Manifestações, política e pressão nas ruas

  • 🛢️ Petróleo em alta… de produção (mas não de preço)

O mercado financeiro global terminou a semana no vermelho, pressionado por dados fracos de emprego nos EUA, que apontaram apenas 73 mil novas vagas — muito abaixo das expectativas — e revisões negativas de meses anteriores. Isso aumentou a chance de corte de juros por parte do Federal Reserve, com os juros de 2 anos caindo de 4% para 3,7%. Normalmente, isso seria bom para os ativos de risco, mas o motivo — uma possível desaceleração mais forte da economia americana — assustou os investidores. No Brasil, o desemprego segue em 5,8%, menor nível desde 2012, mas as ações trabalhistas subiram 8% no semestre, somando mais de 1,8 milhão de processos, mostrando que o mercado de trabalho pode estar aquecido, mas também mais litigioso.

No cenário político, a tensão entre Brasil e EUA segue em ritmo de novela. As tarifas de 50% que seriam impostas pelos americanos foram adiadas de última hora, e Lula adotou um tom mais diplomático, dizendo que há limite para brigar com Trump. Ao mesmo tempo, manifestações pró-Bolsonaro tomaram as ruas do país no domingo, com 37 mil pessoas só na Av. Paulista, pedindo anistia dos que estão no julgamento por golpismo e impeachment de Alexandre de Moraes, enquanto o ex-presidente segue em recolhimento domiciliar obrigatório nos fins de semana. Esses episódios aumentam o ruído político e mantêm o risco-Brasil no radar dos investidores.

Enquanto isso, a China bateu recorde de investimentos no Brasil, com US$ 379 milhões no primeiro semestre, mostrando apetite mesmo em meio à disputa com os EUA. Já a OPEP+ anunciou aumento de produção de petróleo para setembro, mesmo com a commodity acumulando queda de 13% em 12 meses — o que pode gerar excesso de oferta e pressionar os preços ainda mais. Para os próximos dias, o mercado seguirá atento ao ritmo da economia global, à política americana e aos desdobramentos internos, num cenário onde os juros podem cair... mas pela razão errada.

🏦 Estados Unidos: menos vagas, mais dúvidas — e o Fed no meio do fogo cruzado

Começando pelos EUA, o clima lá tá esquisito... Na sexta-feira, o mercado financeiro recebeu um dado que parece inofensivo à primeira vista, mas deu nó na cabeça de investidor e deixou o Federal Reserve (o banco central de lá) com um dilema digno de novela mexicana.

📊 Foram criadas apenas 73 mil vagas de emprego no último mês, bem abaixo das 100 mil esperadas. Mas o susto maior veio na revisão dos meses anteriores: cortaram mais de 250 mil empregos que, antes, achavam que tinham sido criados. Ou seja, erraram feio — e o mercado percebeu que a economia americana tá dando sinais claros de desaceleração.

Isso acontece no momento em que o Fed já está dividido internamente: uns acham que já é hora de cortar juros, outros ainda estão com um olho na inflação.

🧐 Qual o problema disso? Que o Fed tem dois objetivos principais:

  1. Manter a inflação sob controle;

  2. Garantir o pleno emprego.

E, quando o emprego começa a fraquejar, o Fed sente o drama. Com o dado de sexta, o mercado reagiu rápido: o juro dos títulos de 2 anos caiu de 4% pra 3,7% em um piscar de olhos, apostando que os cortes de juros devem vir mais cedo.

💡 Mas atenção: queda de juros, normalmente, é boa pra Bolsa. Só que nesse caso, o motivo da queda é ruim — sinal de que a economia pode estar desacelerando forte demais. Resultado: as bolsas caíram, tanto lá quanto aqui.

🔍 Em resumo:
→ Menos emprego → mais chance de corte de juros → mas por um motivo ruim → investidor prefere vender do que comprar.

👷 Brasil: trabalho tem, mas também tem processo

Enquanto o mercado de trabalho americano mostra cansaço, o Brasil surpreende com um dos menores índices de desemprego dos últimos anos: 5,8%, o menor desde 2012. Parece bom, né?

🟢 Em partes, é sim. Muita gente conseguiu voltar ao mercado de trabalho — inclusive em setores informais e de menor qualificação. Mas isso vem com efeitos colaterais...

⚖️ Um deles: as ações trabalhistas aumentaram 8% no primeiro semestre, com mais de 1,8 milhão de processos novos. É processo que não acaba mais! Isso mostra que, sim, tem mais gente empregada, mas as relações de trabalho estão tensas. Pode ser reflexo de informalidade, condições ruins, pressão, metas abusivas… você escolhe o motivo.

👨‍⚖️ Em outras palavras, o patrão está contratando, mas o clima no RH tá digno de tribunal. E isso pode virar um problema para empresas — tanto na imagem quanto nos custos.

🐉 China bota grana no Brasil (e não é no TikTok, não)

Notícia boa no radar: o investimento da China no Brasil bateu recorde no primeiro semestre, chegando a US$ 379 milhões. Isso já é mais do que tudo o que foi investido durante o ano inteiro de 2018!

🥡 Apesar de ser a décima origem de capital estrangeiro no ranking atual, o crescimento chama atenção. Mostra que, mesmo com a tensão entre China e EUA, e os ruídos diplomáticos entre Pequim e Brasília nos últimos anos, os negócios falam mais alto. E o Brasil, nesse ponto, ainda é um prato cheio (de soja, minério, energia e infraestrutura).

🗽 Quem lidera os aportes ainda são os Estados Unidos, mas a presença chinesa, principalmente em setores estratégicos como energia e logística, segue forte.

🔍 O que isso mostra?

  • Que o Brasil continua atrativo.

  • Que a guerra comercial entre EUA e China abre oportunidades pra gente.

  • E que, enquanto o investidor brasileiro fica no Tesouro Selic, o chinês compra pedaços inteiros de usina, porto e ferrovia 😅

🇧🇷🆚🇺🇸 Lula, Trump e as tarifas: quase, quase…

Você piscou e quase entraram em vigor as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas pelos EUA. Antes marcadas para começar no dia 01/08, o governo americano adiou a medida, alegando “revisões técnicas”.

🤝 Lula, por sua vez, aproveitou o adiamento pra baixar o tom e disse que há um limite pra brigar com Trump. Nas palavras dele: "Não posso falar tudo que penso sobre ele..." — um misto de desabafo e diplomacia. Também sinalizou que está aberto ao diálogo, mas manteve críticas ao republicano.

💡 Tradução política: a eleição americana está chegando, o Brasil não quer virar bode expiatório (de novo), e Lula está tentando manter a porta aberta com Washington. Mais pragmatismo, menos confronto direto.

🎯 E o que isso tem a ver com economia?

  • Produtos como suco de laranja, aviões e petróleo estão entre os isentos (ufa!).

  • Mas o risco ainda existe. E o mercado precifica risco.

📉 A incerteza pesa no câmbio, pressiona setores da indústria de transformação e mostra que, na política externa, o tom da conversa vale quase tanto quanto o conteúdo.

👥 Manifestações, política e pressão nas ruas

Domingo foi dia de manifestações pró-Bolsonaro em diversas cidades do país, com 37 mil pessoas só na Av. Paulista, segundo estimativas. Os atos pediam anistia aos condenados por golpismo e o impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do STF.

🚨 Bolsonaro, por ordem judicial, está em recolhimento domiciliar aos finais de semana e não participou.

🙋‍♂️ Por que isso interessa ao mercado? Porque instabilidade política afeta:

  • Confiança dos investidores;

  • Agenda de reformas;

  • Relação entre os poderes (Executivo, Judiciário, Legislativo);

  • E até o apetite estrangeiro por ativos brasileiros.

⚠️ Embora os atos tenham sido mais “pacificados”, o clima ainda é de incerteza. E isso pesa no risco-Brasil.

🛢️ Petróleo em alta… de produção (mas não de preço)

Notícia quente direto do Golfo Pérsico: a OPEP+ vai aumentar a produção de petróleo em 545 mil barris por dia a partir de setembro. Com isso, a produção atinge o maior nível em dois anos.

😬 O problema? O mundo já está com uma certa sobra de petróleo, e o preço da commodity caiu 13% nos últimos 12 meses. Ou seja, tem mais óleo do que demanda.

💡 Isso afeta:

  • Petrobras e empresas de energia (ações tendem a sofrer);

  • Inflação global (petróleo mais barato ajuda);

  • Países exportadores, como o próprio Brasil;

  • E os investidores, que estão de olho se essa expansão de oferta vai ser seguida de nova queda nos preços.

💭 Se por um lado o combustível barato ajuda o consumidor e combate a inflação, por outro prejudica empresas do setor e pode travar novos investimentos.

📈 O que esperar daqui pra frente?

O mercado entra nessa semana com o coração dividido:

❤️ Por um lado, o enfraquecimento da economia americana pode forçar o Fed a cortar juros mais cedo, o que seria bom pros ativos de risco.

💔 Por outro, a razão da queda de juros é ruim — crescimento fraco, menos emprego, medo de recessão.

No Brasil, seguimos com:

  • Inflação relativamente controlada;

  • Desemprego baixo (com aumento de judicialização);

  • Investimento estrangeiro em alta;

  • Mas uma bela dose de incerteza política no horizonte.

🌍 E lá fora?

  • Eleições nos EUA se aproximando com Trump liderando;

  • China acelerando seus investimentos;

  • E petróleo com risco de excesso de oferta.

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Até amanhã