Café com seu dinheiro: 09/10/2025

O mercado vive um bom momento com juros em queda e dólar recuando, mas o risco fiscal segue como a nuvem que pode estragar o voo do Brasil. ✈️💰

Resumo de hoje:

  • 📈 Alta das bolsas e queda do dólar animam os investidores.

  • 🇺🇸 Fed sinaliza novos cortes de juros, mas ainda teme a inflação.

  • 🏛️ MP do IOF caduca e abre novo buraco nas contas públicas.

  • 💵 Ativos brasileiros vivem ano de forte valorização.

  • 🏃‍♂️ Poupança tem saques recordes e perde espaço para investimentos mais rentáveis.

O mercado encerrou o dia com leve alta: o Ibovespa subiu 0,56% e o dólar caiu a R$ 5,34, embalados por um clima mais otimista no exterior após o Fed sinalizar novos cortes de juros — ainda que com cautela. A ata do banco central americano mostrou preocupação persistente com a inflação, mas disposição em aliviar a política monetária, o que animou investidores globais e trouxe fôlego para ativos brasileiros. Aqui, porém, o governo levou um tombo: a MP que aumentaria impostos sobre fintechs, apostas e investimentos isentos caducou, tirando R$ 46,5 bilhões do caixa e elevando o risco fiscal.

Mesmo assim, 2025 virou um ano de virada para o Brasil: o Ibovespa acumula alta de 18%, o dólar recua 13,5%, e títulos públicos IPCA+ valorizam até 16%, mostrando o apetite de quem apostou no país. O problema é que a confiança ainda anda de muletas — e o investidor já aprendeu a não deixar dinheiro parado. A poupança teve saques de R$ 15 bilhões só em setembro, reflexo de um país que, aos poucos, troca a segurança ilusória por rentabilidade real. O cenário é promissor, mas o voo só continua estável se Brasília parar de criar turbulência fiscal. ✈️🇧🇷

Apresentado por EngagED
Maiores empresas de educação do país viram seu lucro crescer quase 2.900%

No meio de tanta notícia ruim — lar subindo, bolsa caindo e investidor com gastrite — um setor passou quase ileso pela tempestade: o da educação. Segundo levantamento da Exame, as maiores empresas de educação do país viram seu lucro crescer quase 2.900% em 2024. Isso mesmo: enquanto boa parte do mercado reduzia quadro e segurava caixa, grupos como Cogna, Ânima e Yduqs registraram resultados históricos. O segredo? Digitalização, recorrência e modelo de assinatura.

Essas empresas entenderam que o jogo da educação mudou: não basta mais ter alunos, é preciso ter uma máquina de relacionamento, um ecossistema que fideliza, monetiza e transforma conteúdo em comunidade.

E é exatamente aí que entram plataformas como a EngagED. A tecnologia foi feita para infoprodutores e mentores que querem escalar com profissionalismo, criando áreas de membros personalizadas, com a cara da sua marca, checkout que converte até mais, e I.A. que faz vendas, assinaturas e recuperação de matrículas. É o bastidor de quem cresce de forma previsível.

A Future Law, por exemplo, usou a EngagED para estruturar seus produtos digitais e viu o faturamento saltar +300% em poucos meses. É o tipo de resultado que mostra como estrutura e tecnologia são os novos diferenciais competitivos.

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📈 As bolsas respiram e o dólar dá um refresco

Depois de uma quarta-feira amarga, o mercado acordou mais leve. O Ibovespa subiu 0,56%, recuperando parte da queda anterior, e o dólar caiu 0,12%, cotado a R$ 5,34.

Pode parecer um movimento pequeno, mas no mundo financeiro, onde bilhões trocam de mão todo dia, uma variação dessas é sinal de mudança de humor. E o humor do mercado, meus amigos, muda mais rápido que o de carioca preso no trânsito da Linha Amarela.

Lá fora, o clima também melhorou. As bolsas americanas subiram com a leitura de que o Federal Reserve (o banco central dos EUA) pode seguir cortando juros — um alívio para investidores do mundo inteiro.

No Brasil, essa melhora externa somou-se à percepção de que, apesar das trapalhadas fiscais, o país ainda oferece juros altíssimos e empresas baratas. Resultado: o gringo tá voltando a comprar ativo brasileiro.

Mas calma: isso não significa que estamos em “céu de brigadeiro”. O investidor estrangeiro adora o Brasil... até o próximo susto. O país continua com risco fiscal alto e eleições se aproximando — e ninguém esqueceu que Brasília tem talento especial pra gastar mais do que pode.

Então sim, foi um bom dia. Mas o mercado continua com um pé no acelerador e outro no freio.

🇺🇸 A ata do Fed e o dilema dos juros nos EUA

Agora, o grande maestro da economia mundial: o Federal Reserve.

Saiu a ata da última reunião do FOMC, o comitê que define os juros americanos. O documento retrata as discussões que aconteceram na reunião, quando o Fed retomou o ciclo de cortes de juros, mas mostrou que a preocupação com a inflação ainda está viva.

O texto revelou que, apesar do alívio recente nos preços, muitos dirigentes ainda temem que a inflação volte a subir. Mesmo assim, a maioria concorda que “provavelmente será apropriado cortar os juros mais um pouco ao longo do ano”.

Traduzindo: o Fed quer cortar, mesmo com receio.

E por que isso é importante pra gente? Porque o dólar é o centro do universo financeiro. Quando o juro americano cai, o investidor tende a procurar oportunidades em outros países — especialmente os emergentes, como o Brasil. Isso traz entrada de dólar, fortalece o real, anima a bolsa e faz as taxas de juros futuras caírem.

Mas se o Fed cortar devagar demais, o dinheiro fica lá. E a gente aqui fica esperando.

O curioso é que o mercado já aposta em dois cortes adicionais ainda neste ano, enquanto o próprio Fed sinaliza cautela. E esse descompasso é o que gera volatilidade: o investidor aposta, o Fed discursa, o mercado corrige, e assim segue o baile.

Então, resumindo: a ata foi “dovish”, o mercado gostou, as bolsas subiram, mas ainda há um cheirinho de incerteza no ar.

🏛️ A MP que caducou e o buraco fiscal que sobrou

Agora, de volta pra nossa Brasília — onde sempre há emoção.

O governo sofreu uma derrota importante: a Medida Provisória que aumentaria impostos sobre o setor financeiro e apostas esportivas caducou, ou seja, perdeu validade antes de ser votada.

A MP, criada em junho, tentava reforçar o caixa em R$ 46,5 bilhões — um dinheiro essencial pra cumprir a meta fiscal de 2025 e 2026.

O plano do Ministério da Fazenda era aumentar:

  • o imposto sobre bets de 12% para 18%;

  • o IR sobre juros sobre capital próprio de 15% para 20%;

  • e a alíquota de fintechs e LCI/LCA.

Mas o texto enfrentou forte resistência no Congresso e no setor produtivo. O agronegócio, por exemplo, reclamou da possível taxação de LCAs, que são o principal instrumento de captação para o campo.

Sem apoio político, a MP expirou — e o governo ficou sem o reforço bilionário. Agora precisa tapar o buraco de outro jeito.

E qual o tamanho da encrenca? A meta fiscal é déficit zero, com tolerância de até R$ 31 bilhões negativos. Sem a MP, o rombo potencial passa dos R$ 46 bilhões.

Isso pressiona a Fazenda a buscar novas fontes de receita ou cortar gastos — o que, convenhamos, não é exatamente o forte do governo.

Por que isso importa pra você?
Porque quando o governo não fecha as contas, o risco fiscal sobe. E quando o risco fiscal sobe, os juros futuros sobem também. Resultado: crédito mais caro, dólar mais volátil e empresas mais receosas em investir.

No fim, o que parece uma briga técnica em Brasília acaba afetando o seu financiamento, o preço do seu imóvel e até o rendimento dos seus investimentos.

💵 O ano da redenção dos ativos brasileiros

Enquanto a política tropeça, o mercado financeiro dá um show.

Depois de anos empacado, o Ibovespa sobe 18% no ano, e o dólar caiu 13,5% frente ao real. É o melhor desempenho desde 2019.

Mas o destaque vai para os títulos públicos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+). O papel que vence em 2050 viu sua taxa cair de IPCA + 7,46% para IPCA + 7,33%. Parece pouco, mas isso fez o título se valorizar 16% em 2025.

E sabe por quê? Porque quanto maior o prazo, maior a sensibilidade do preço à variação da taxa. É a tal da “duration”. Quando a taxa cai um pouquinho, o preço dispara.

E tudo isso ainda aconteceu antes do início do ciclo de queda da Selic.

Quando a Selic começar a cair de verdade — o que deve acontecer gradualmente nos próximos trimestres — o Brasil deve ver uma nova onda de valorização nos ativos.

Por um motivo simples: o país é altamente indexado ao CDI. Bancos, fundos, empresas e até contratos de aluguel giram em torno dos juros.

Quando eles começam a cair, há um “efeito dominó” — as empresas investem mais, o consumo volta, e o investidor busca alternativas mais rentáveis que a renda fixa.

Mas cuidado com a euforia: ainda é cedo pra gritar “bull market”. A inflação segue alta em vários países, e a incerteza fiscal interna continua pesando.

Ainda assim, dá pra dizer que o investidor brasileiro tá, finalmente, vendo a luz no fim do túnel. E dessa vez parece que não é um trem vindo na direção contrária.

🏃‍♂️ A grande fuga da poupança (e o que isso ensina)

Agora, vamos falar da velha conhecida de todo brasileiro: a poupança.

Em setembro, segundo o Banco Central, a poupança teve resgate líquido de R$ 15 bilhões — o segundo maior do ano, atrás apenas de janeiro. No acumulado de 2025, os saques líquidos somam R$ 78,4 bilhões.

Pra você ter ideia, é o maior valor para um mês de setembro desde 1995.

O saldo total da poupança agora é de cerca de R$ 1,01 trilhão, e caindo mês a mês.

Por que tanta gente está tirando dinheiro de lá?

Porque a conta não fecha. A poupança, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, rende 0,5% ao mês + TR, o que dá algo em torno de 6,17% ao ano.

Parece bonito no extrato, mas é enganação.

Enquanto isso, qualquer Tesouro Selic ou CDB 100% do CDI rende o dobro — e ainda com liquidez diária. Mesmo com IR, o ganho é bem maior.

Em resumo: quem deixa dinheiro na poupança perde poder de compra. E o brasileiro, cansado de ver o dinheiro parado, começou a acordar.

Esse movimento de saída da poupança, na verdade, é um bom sinal. Mostra que as pessoas estão começando a entender melhor onde investir.

O problema é o impacto disso no crédito imobiliário. Hoje, 65% dos recursos da poupança são obrigatoriamente direcionados ao crédito habitacional, 20% ficam no Banco Central e 15% têm uso livre pelos bancos.

Ou seja: se a base da poupança encolhe demais, os bancos têm menos dinheiro pra emprestar pra habitação. E isso pode encarecer o crédito imobiliário no futuro.

Mas calma — o sistema ainda é sólido. O que muda mesmo é a forma de investir. Cada vez mais gente sai da poupança pra renda fixa moderna, e isso é parte da evolução natural do investidor brasileiro.

🧩 Ligando os pontos: o retrato do Brasil em 2025

Se você juntar todas essas peças, dá pra ver um quadro interessante — meio bonito, meio caótico, bem brasileiro.

👉 Lá fora, o Fed começa a cortar juros, mas sem pressa. O mundo respira um pouco, mas o risco de inflação ainda ronda.
👉 Aqui dentro, o governo tenta fazer mágica com o orçamento, perde batalhas no Congresso, mas o mercado ignora (por enquanto).
👉 As bolsas e os títulos surfam um bom momento, impulsionados por juros altos e confiança gradual.
👉 E a poupança, falso símbolo de segurança, vai minguando — porque até o investidor mais conservador já percebeu que dá pra fazer melhor.

O pano de fundo é o mesmo: o Brasil ainda é um país de juros absurdamente altos e ativos baratos, o que cria um terreno fértil pra quem sabe onde pisar.

Mas não dá pra ignorar que a parte fiscal preocupa. Se o governo não mostrar disciplina, o mercado cobra. E a cobrança vem em forma de juros futuros mais altos, dólar pressionado e confiança abalada.

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Até amanhã