Café com seu dinheiro: 11/08/2025

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Resumo de hoje:

• 🛢️ Petrobras cai mais de 6%, perde R$ 32 bilhões em valor de mercado e derruba o Ibovespa.

• 🍏 Apple sobe 4% e tem melhor semana desde 2020 após anunciar investimento de US$ 100 bilhões nos EUA.

• 📉 Juros no Brasil podem cair com real valorizado e economia desacelerando, mas mercado de trabalho aquecido mantém o BC cauteloso.

• 🛍️ Varejo cresce 2,4% em julho, melhor resultado desde outubro de 2024, mas ainda registra queda anual de 1,1%.

• 💻 NVIDIA aceita repassar 15% da receita das vendas à China para o governo dos EUA em troca de licença.

A semana no mercado foi marcada por contrastes: enquanto a Petrobras puxou o Ibovespa para baixo, com queda de mais de 6% e perda de R$ 32 bilhões em valor de mercado após balanço fraco, dividendos abaixo do esperado e receio de ingerência política, a Apple surfou no otimismo, subindo 4% e registrando sua melhor semana desde 2020 após anunciar investimento de US$ 100 bilhões nos EUA para evitar tarifas. Lá fora, o S&P 500 e o Nasdaq também avançaram, mas todos de olho nos dados de inflação americana que saem esta semana. Aqui no Brasil, crescem as apostas em cortes de juros, apoiadas na valorização do real e sinais de desaceleração, embora o mercado de trabalho aquecido ainda exija cautela do Banco Central.

No varejo, o índice da Stone mostrou crescimento de 2,4% em julho, melhor resultado desde outubro de 2024, mas ainda com queda de 1,1% na comparação anual — sinal de recuperação lenta. Já no setor de tecnologia, a NVIDIA aceitou entregar 15% da receita obtida com vendas para a China ao governo americano para manter suas licenças, mostrando que até gigantes precisam se adaptar às tensões geopolíticas. No fim, o recado é claro: decisões estratégicas e políticas, tanto no Brasil quanto no exterior, continuam sendo o volante que direciona o humor e o rumo dos mercados.

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1️⃣ O tombo da Petro e o arrasto no Ibov 🛢️💥

Começando pelo “gol contra” da rodada: a bolsa brasileira terminou a sexta em queda de quase 0,5%, na contramão do exterior. E o principal culpado atende pelo nome de Petrobras.

📉 As ações da estatal caíram mais de 6% e a empresa perdeu R$ 32 bilhões de valor de mercado em apenas um dia. É como se uma empresa do tamanho da Lojas Renner inteira tivesse evaporado do mapa em horas.

O pacote de más notícias incluiu:

• Balanço mais fraco do que o mercado esperava;

• Retorno ao investimento em distribuição de gás de cozinha — um setor que já foi dor de cabeça para a empresa, com histórico de rentabilidade duvidosa;

• Medo de ingerência política, sempre presente no imaginário do investidor quando se fala de estatal;

• Dividendos anunciados de R$ 8,66 bilhões, bem abaixo dos R$ 12 bilhões que os analistas projetavam.

💡 Tradução pro leigo: O mercado estava esperando um jantar com picanha Angus e vinho importado; a Petrobras chegou com salsicha no pão e refrigerante quente.

O mais preocupante para os investidores não é apenas o “presente” menor (os dividendos), mas a mensagem que fica: será que a estratégia da empresa está sendo pensada para gerar valor ou para atender interesses políticos?

📊 Análise rápida: A Petrobras representa cerca de 10% do Ibovespa. Uma queda desse tamanho é como perder o capitão do time no início do jogo — e ele ainda marcar um gol contra. Mesmo que outros jogadores (ações) tentem, é difícil virar o placar.

2️⃣ Lá fora: Apple voando, Nasdaq subindo 🚀🍏

Enquanto a Petro levava pancada, do outro lado do mapa a Apple vivia uma semana de gala. As ações subiram 4%, marcando a melhor performance semanal desde 2020. O motivo? O anúncio de um investimento bilionário de US$ 100 bilhões nos EUA para ampliar a produção local.

O movimento é estratégico: com o governo americano ameaçando impor tarifas sobre produtos importados — especialmente da Ásia —, a Apple decidiu “jogar em casa” para evitar levar multa ou aumento de custo. É como um time que decide concentrar os treinos na própria cidade pra não gastar tempo e energia viajando.

📈 O clima de otimismo contaminou o mercado:

• S&P 500 subiu 2,4% na semana;

• Nasdaq disparou 3,9%.

Mas o jogo ainda pode virar: essa semana teremos dados de inflação nos EUA. Se vierem mais altos que o esperado, o Federal Reserve pode adiar cortes de juros, o que esfria o ânimo. É aquele momento em que o torcedor comemora a vitória, mas lembra que semana que vem tem clássico difícil fora de casa.

💡 Tradução pro leigo: A Apple “casou com alguém da mesma cidade” para evitar as brigas e os custos do relacionamento à distância. Produzir localmente reduz riscos e mantém o governo americano feliz.

3️⃣ Juros no Brasil: corte à vista? 📉🇧🇷

Por aqui, o mercado já começa a apostar que o Banco Central vai cortar juros em breve. E os argumentos são convincentes:

• Crescem as apostas de cortes também nos EUA, o que reduz pressão sobre o câmbio;

• O real se valorizou recentemente frente ao dólar;

• Sinais de que a economia brasileira está desacelerando.

Tudo isso cria um cenário mais confortável para reduzir a Selic. Mas o BC tem um ponto importante: o mercado de trabalho continua aquecido. Gente empregada, com renda, gasta mais — e isso mantém a pressão sobre os preços.

🎯 Cenário provável: se vier corte, deve ser pequeno, quase simbólico, mais para sinalizar mudança de direção do que para acelerar o ritmo.

💡 Tradução pro leigo: É como aquele pai que pensa em emprestar o carro pro filho, mas sabe que ele ainda tá acelerando demais nas curvas. Pode até entregar a chave, mas com tanque na reserva e exigindo voltar antes da meia-noite.

4️⃣ Varejo brasileiro: o morto que fala 🛍️📈

Se teve um setor que deu sinal de vida foi o varejo.
Depois de cair em junho, o índice da Stone apontou crescimento de 2,4% em julho, o melhor resultado desde outubro de 2024.

🎯 O problema é que, na comparação com o mesmo mês do ano passado, ainda temos queda de 1,1%. Isso mostra que o setor está se recuperando, mas devagar.

O que explica essa melhora pontual?

• Algumas promoções agressivas para limpar estoques;

• Melhora pontual na confiança do consumidor;

• Pequeno alívio no crédito, ainda que os juros sigam altos.

💡 Tradução pro leigo: O varejo é aquele paciente que saiu da UTI, já consegue andar pelo corredor, mas ainda não tem alta para correr maratona.

5️⃣ NVIDIA e a “taxa pra vender pra China” 💻🇨🇳

Fechando a rodada internacional, a NVIDIA fez um acordo curioso: para voltar a vender chips para a China, vai entregar 15% das receitas dessas vendas para o governo americano.

Isso funciona como um pedágio para conseguir a licença. O pano de fundo é a guerra tecnológica entre EUA e China: os americanos não querem que chips de última geração caiam nas mãos dos chineses sem algum tipo de contrapartida.

📌 Importância: mostra até onde empresas gigantes estão dispostas a ir para manter acesso a mercados estratégicos, mesmo que isso signifique abrir mão de parte da margem de lucro.

💡 Tradução pro leigo: É como pagar um ingresso caro só para continuar frequentando a mesma festa — porque a festa é boa demais para perder.

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