Resumo de Hoje:
🗺️ O mundo respira aliviado com o fim do shutdown americano
📈 Ibovespa em modo foguete: 11 recordes seguidos e dólar em queda
💰 Inflação dá trégua e BC reforça que juros atuais “são suficientes”
🌎 O dominó global: como EUA, câmbio e juros se conectam ao seu bolso
🧠 Bastidores de mercado: SoftBank lucra com IA, Nubank tem treta e Master vende ativo.
🗺️ O planeta soltou o ar que estava preso
Sabe aquele momento em que você segura o fôlego por tanto tempo que chega a sentir o coração bater na garganta? Pois é. Foi mais ou menos isso que aconteceu com os mercados mundiais nas últimas semanas, e ontem veio o suspiro coletivo.
Depois de 40 dias de paralisação do governo americano, o tal shutdown (que é tipo quando o síndico do prédio esquece de pagar a conta de luz e o condomínio inteiro fica no escuro), o Senado dos EUA finalmente aprovou um acordo temporário pra retomar as atividades. Agora o texto vai pra Câmara, mas o mercado já entendeu: a novela está acabando.
E a reação foi instantânea:
🌍 As bolsas mundiais dispararam,
💵 o dólar enfraqueceu,
💹 e os investidores voltaram a sorrir (ou, pelo menos, a parar de chorar).
Wall Street subiu bonito:
Dow Jones +0,81%,
S&P 500 +1,54%,
Nasdaq +2,27%.
As ações de tecnologia, as mesmas que vinham apanhando nos últimos dias, reagiram com força. A Nvidia, por exemplo, subiu quase 6% num único pregão. Foi o tipo de dia em que o investidor olha a tela e pensa: “Ué, isso aqui ainda sobe?”
O motivo é simples: o fim do shutdown significa que o governo volta a publicar dados importantes (como o relatório de empregos, o payroll) e o Federal Reserve, o Banco Central americano, volta a ter visibilidade pra decidir se corta juros em dezembro.
E quando o mercado ouve “corte de juros”... pronto: é o gatilho do otimismo global.
But what can you actually DO about the proclaimed ‘AI bubble’? Billionaires know an alternative…
Sure, if you held your stocks since the dotcom bubble, you would’ve been up—eventually. But three years after the dot-com bust the S&P 500 was still far down from its peak. So, how else can you invest when almost every market is tied to stocks?
Lo and behold, billionaires have an alternative way to diversify: allocate to a physical asset class that outpaced the S&P by 15% from 1995 to 2025, with almost no correlation to equities. It’s part of a massive global market, long leveraged by the ultra-wealthy (Bezos, Gates, Rockefellers etc).
Contemporary and post-war art.
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📈 Ibovespa em modo foguete: o Brasil pegou carona na maré boa
Enquanto o mundo comemorava o alívio político nos EUA, o Brasil vivia um daqueles dias em que o pregão parece até final de Copa do Mundo. O Ibovespa, nosso índice principal de ações, subiu 0,77% e fechou aos 155.257 pontos, batendo recorde histórico pela 11ª vez consecutiva. Onze, Rian! Onze. Isso é basicamente a “fase Gabigol de 2019”, versão B3.

A máxima intradiária chegou a 155.601 pontos. É número que dá até tontura.
E não é só a bolsa, não. O dólar comercial caiu 0,55%, pra R$ 5,30, e os juros futuros também recuaram, tudo na esteira desse “humor global” renovado. O investidor estrangeiro olhou pro Brasil e pensou: “Juro alto, bolsa barata, moeda desvalorizada… meu amigo, isso aqui é Black Friday!”
Rodrigo Santoro (não o ator, o da Bradesco Asset) resumiu bem: “O grande motivo dos recordes é externo: corte de juros nos EUA e dólar mais fraco. Isso faz os investidores buscarem diversificação e migração pra emergentes, e o Brasil entra no radar.”
Mas calma: não é só sorte internacional. Há um temperinho doméstico nesse prato.
O mercado local também anda mais confiante com o Copom (nosso Comitê de Política Monetária) e a possibilidade de queda de juros no Brasil em 2026. Por quê? Porque a inflação está cedendo e a atividade econômica dando sinais de desaceleração, exatamente o que o Banco Central queria ver pra poder começar a aliviar a taxa Selic.
Ontem foi aquele dia raro em que tudo se alinha:
mundo melhora o humor,
dólar recua,
juros caem,
bolsa sobe,
e o investidor brasileiro consegue dormir sem o coração bater a 180 bpm.
Mas, como todo carioca sabe: quando o mar está calmo demais, é bom desconfiar da ressaca.
💰 A inflação deu uma trégua, e o BC até sorriu
Vamos combinar uma coisa: o melhor tipo de notícia é aquela que você sente no bolso do mercado e no bolso da calça. E, finalmente, o IPCA trouxe um alívio pros dois.
O IBGE divulgou que a inflação oficial subiu só 0,09% em outubro, contra 0,48% em setembro. Sabe o que isso significa? Que foi a menor alta pra um mês de outubro desde 1998, ano em que a Xuxa ainda chamava as Paquitas pelo nome.

No acumulado de 12 meses, a inflação está em 4,68%, abaixo dos 5,17% registrados até setembro. Traduzindo: a inflação ainda está acima da meta (que é de 3%, podendo chegar a 4,5%), mas já voltou a um território menos assustador.
E o que fez o preço dar uma maneirada?
🔹 Gasolina ficou estável.
🔹 Alimentos recuaram.
🔹 Energia teve leve queda.

Ou seja, o trio que mais costuma bagunçar o orçamento brasileiro resolveu dar uma folga no mesmo mês, o que é quase um milagre econômico de Natal antecipado.
Na ata mais recente, o Copom (aquele mesmo que todo mundo xinga quando não corta juros) disse que está “mais convicto de que a taxa atual de 15% é suficiente pra trazer a inflação pra meta”. Em português claro: “Vamos manter os juros altos por mais um tempo, mas já achamos que a coisa tá indo no caminho certo.”

Banco Central enxerga uma inflação “pressionada pela demanda”, ou seja, ainda tem gente gastando bem, mas acredita que o cenário está se ajustando.
Pra você, consumidor, isso se traduz em quê?
➡️ Preços subindo menos;
➡️ Possibilidade de juros mais baixos no futuro;
➡️ E, com sorte, uma pizza menos cara no sábado à noite.
Mas também vale o lembrete de mãe: não é porque o fogo diminuiu que dá pra largar a panela no fogão. O BC segue de olho, e qualquer faísca fiscal ou cambial pode reacender o incêndio.
🌎 O dominó global: como tudo se conecta
Economia é igual a corrida de revezamento: um país passa o bastão pro outro, e o ritmo global depende do time inteiro. Olha só como as peças se encaixaram:
1️⃣ O shutdown americano começou a afetar a confiança mundial, governo parado, dados suspensos, investidores sem bússola.
2️⃣ Com o fim do impasse, os EUA voltam a operar normalmente, o que reduz a incerteza.
3️⃣ O dólar global perde força, e os investidores migram pra países emergentes em busca de retorno maior.
4️⃣ O Brasil, com juros altos e inflação caindo, vira destino cobiçado.
5️⃣ Resultado: Ibovespa sobe, dólar cai, juros futuros recuam.

É o que os economistas chamam de “risk-on”, aquele momento em que o mercado global decide viver perigosamente, abandonar o colchão e ir pra balada. Mas é claro que, como toda balada, tem o risco da ressaca no dia seguinte.
E o mais curioso é como essas ondas chegam até você, mesmo que você nunca tenha comprado uma ação na vida:
💳 Cartão de crédito: juros menores no futuro aliviam o custo das dívidas.
🏠 Financiamento: quando o Banco Central começa a reduzir a Selic, o crédito imobiliário tende a ficar mais acessível.
🍞 Supermercado: câmbio mais estável e inflação sob controle ajudam a evitar que o pãozinho de amanhã custe o mesmo que uma ação da Vale.
👩💼 Emprego e negócios: confiança é um ingrediente poderoso, quando ela aumenta, empresas investem mais, contratam mais e o motor da economia gira melhor.
Mas, e sempre tem um “mas”, tudo depende da manutenção desse equilíbrio. Se lá fora o Fed resolver ser mais duro, ou se o governo brasileiro perder a linha nos gastos, o vento muda na hora. O mercado é como um surfista em Ipanema: um minuto deslizando na crista da onda, outro levando caldo.
🧠 Bastidores e curiosidades do mercado
Pra fechar o café de hoje, três notinhas rápidas que ajudam a entender o pano de fundo desse momento:
🟣 SoftBank: o investidor que surfou na OpenAI
O grupo japonês teve um lucro de US$ 16,2 bilhões no trimestre, mais que o dobro do ano anterior, impulsionado por seus investimentos em tecnologia, especialmente na OpenAI (criadora do ChatGPT). O SoftBank vendeu todas as suas ações da Nvidia por US$ 5,8 bilhões e agora lidera um investimento de US$ 40 bilhões na OpenAI, com mais de US$ 22 bilhões vindos de seu fundo Vision 2.

Moral da história? Quem acreditou na inteligência artificial cedo está rindo de orelha a orelha.
🟢 Nubank: treta no Zoom
O Sindicato dos Bancários de SP pediu explicações após o banco demitir 12 funcionários depois de uma reunião sobre o fim do modelo remoto. A empresa quer voltar pro trabalho híbrido, mas parte dos empregados não gostou da ideia e a discussão esquentou.

A ironia é que o Nubank, símbolo da modernidade digital, tá enfrentando o mesmo problema de qualquer firma tradicional: gente que não quer mais trocar o home office pela catraca.
⚒️ Banco Master e a venda da Itaminas
Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, vendeu sua participação de 50% na mineradora Itaminas por cerca de R$ 700 milhões. O negócio foi feito com as famílias Gontijo e Géo, que já eram sócias. E tudo isso com aval do Banco Central e do FGC. Pra quem acompanha o setor financeiro, é mais um capítulo da tentativa de reorganização dos ativos do grupo, que já tinha vendido parte pro BTG meses atrás.

Essas notícias mostram como o tabuleiro econômico é vivo: enquanto o BC vigia a inflação e os EUA resolvem seus impasses, os grandes grupos já se reposicionam, vendem, compram, investem, giram o tabuleiro. É o capitalismo em movimento, e a gente, aqui, com o café na mão, tentando acompanhar.
☕ Fechando o café
O resumo do dia é esse: O mundo respirou aliviado, e o Brasil surfou no otimismo. O shutdown americano pode estar perto do fim, o que devolve previsibilidade pros mercados. Aqui dentro, o Ibovespa fez história, o dólar cedeu, e a inflação desacelerou pra menor alta em 27 anos.
Parece o início de um novo ciclo, daqueles que dão um fiozinho de esperança até pro brasileiro mais cético. Mas a economia, como a vida, é feita de fases. Hoje o vento sopra a favor. Amanhã, ninguém sabe. E é justamente isso que torna acompanhar tudo isso tão fascinante.
Como diria Warren Buffett, o velho sábio de Omaha,
“O mercado é como um homem bipolar: um dia eufórico, no outro depressivo. Cabe a você manter a calma e aproveitar as oportunidades quando ele enlouquece.”

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Até mais tarde!

