Resumo de Hoje:

  • 📉 Desaceleração do Ibovespa e movimentação do dólar

  • 🛢️ Performance das empresas: Petrobras em queda, Vale em alta e surpresas como Gol e B3

  • 📊 Força do setor de serviços puxando o PIB para cima

  • 🏦 Banco Central contendo expectativas, cenário político e domínio do investidor estrangeiro na B3

  • 🌎 Panorama global: fim do shutdown nos EUA, rotação em Wall Street, disputa na IA, Argentina e México, e corrida pela Copasa

O mercado financeiro teve um daqueles dias de ressaca leve, em que não há crise, apenas uma pausa depois de semanas aceleradas. O Ibovespa deu uma respirada natural, enquanto as empresas se movimentaram em ritmos distintos, o setor de serviços mostrou vigor e o Banco Central tratou de conter a empolgação com cortes de juros. A política trouxe ruídos moderados, o investidor estrangeiro reafirmou seu protagonismo na B3 e, no exterior, os EUA encerraram o maior shutdown da história, Wall Street rotacionou setores, a guerra da IA esquentou, a Argentina teve um raro alívio inflacionário, o México viu avançar o mercado ilegal de combustível e Minas virou palco de disputa pela Copasa. Tudo acontecendo ao mesmo tempo, enquanto o mercado brasileiro apenas recuperava o fôlego.

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1) O Ibovespa não caiu: ele apenas perdeu o fôlego de quem correu demais

Depois de uma sequência quase cinematográfica de altas, o Ibovespa abriu o dia lento. Não era mau humor, não era medo, não era incerteza. Era apenas cansaço. O índice caiu 0,07%, um número tão pequeno que chega a ser simbólico, como quem diminui o passo só para confirmar se o tênis está bem amarrado. A mínima do dia ficou longe do fechamento e o índice até tentou reagir, flertou com uma virada, mas parou ali, perto dos 157.600 pontos, dando a entender que a sequência positiva tinha mesmo chegado ao fim natural.

Enquanto isso, o dólar, que vinha cinco dias seguidos em queda, resolveu dar um espirro e subir 0,37%, chegando perto de R$ 5,29. Nada que altere o equilíbrio maior, apenas um ajuste típico quando investidores globais reavaliam riscos e quando o Brasil vinha embalado demais. Os juros futuros, porém, continuaram caindo ao longo da curva, um sinal de que o mercado ainda enxerga um ambiente doméstico sob controle. A mensagem do dia foi simples: a festa não acabou; o anfitrião só desligou o som por dez minutos.

2) Nas empresas, Petrobras tropeça, Vale segura a onda, Gol surpreende e a B3 comemora

A verdadeira história do pregão sempre acontece nas empresas. E ontem, cada uma delas parecia viver seu próprio capítulo independente dentro da novela maior do mercado. A Petrobras iniciou o dia no modo “drama”, acompanhando a queda do petróleo internacional e devolvendo 2,56%. A petroleira é tão sensível às oscilações das commodities que parece, às vezes, emocionalmente conectada ao barril. Mas, apesar da queda, segue sob olhar otimista dos analistas por causa dos resultados recentes e do aguardado Plano de Negócios.

Maiores altas na bolsa brasileira:

Na outra ponta, Vale assumiu o papel de zagueiro experiente, subindo 1,11% e segurando boa parte do peso do índice, graças ao minério de ferro novamente animado. O bom desempenho se espalhou para as siderúrgicas, com Gerdau entregando um dia positivo. Já entre as decepções, CVC caiu mais de 8% após apresentar perspectiva mais fraca de expansão e custos pressionando o negócio. Vamos também caiu, refletindo margens mais comprimidas.

Mas o destaque absoluto veio de onde poucos esperavam: a B3 subiu 4,36% impulsionada pelo lucro do terceiro trimestre, enquanto, fora do índice, a Gol decolou impressionantes 13,40% depois de surpreender o mercado com redução de custos. Foi o dia em que a própria bolsa virou protagonista, e a companhia aérea, sempre vista com cautela pelos investidores, entregou o plot twist mais improvável do dia.

3) A economia real mostrou força: serviços seguem puxando o país para cima

Mas enquanto ações ensaiavam coreografias próprias, o mundo real, aquele que afeta empregos, renda, consumo e o dia a dia das pessoas, deu sinais claros de vitalidade. O setor de serviços cresceu 0,6% em setembro frente a agosto, acima das projeções. Na comparação anual, a expansão foi de 4,1%, também surpreendendo positivamente. E no acumulado do ano, o setor já está quase 20% acima do nível pré-pandemia.

Esses números contam uma história muito importante: por trás do sobe-e-desce da bolsa existe um Brasil que está trabalhando, consumindo, contratando e se movimentando. Serviços é o coração do PIB brasileiro. Quando ele cresce dessa forma consistente, mesmo com ruídos políticos e incertezas externas, significa que a economia está construindo um alicerce real, e não apenas surfando otimismo financeiro. Não é exagero dizer que o setor de serviços segurou o PIB no trimestre e deu fôlego para revisões positivas.

4) O Banco Central esfriou os ânimos, a política gerou ruído e o gringo assumiu a B3

Logo quando o mercado começou a fantasiar sobre cortes de juros já em janeiro, animado pela leitura mais suave da ata do Copom, dois diretores do Banco Central vieram a público fazer o papel de balde de água fria. Gabriel Galípolo e Diogo Guillen repetiram que a ata não dá nenhuma indicação sobre corte de juros no curto prazo. O Copom, que na cabeça do mercado já namorava a ideia de flexibilização, apareceu dizendo: “eu só perguntei a hora, não convidei ninguém para jantar”.

Enquanto isso, a política trouxe um ruído contido, mas presente. A pesquisa Quaest apontou ligeira piora na aprovação do governo, agora com 50% de desaprovação e 47% de aprovação. Nada drástico, mas suficiente para adicionar tensão no momento em que temas como segurança pública pressionam o Planalto.

Mas o ponto mais importante desse capítulo foi outro: o capital estrangeiro. Investidores de fora já detêm 58,3% de todo o valor de mercado das empresas listadas na B3, o maior patamar em pelo menos duas décadas. Apenas este ano, já entraram mais de R$ 25 bilhões. É o gringo quem está carregando o Ibovespa nas costas, e isso explica por que o índice segura tão bem mesmo nos dias de correção. O Brasil virou uma vitrine atraente, e o estrangeiro, seu freguês mais fiel.

5) No resto do mundo, o cenário oscilou entre reorganização, disputa e tensão econômica

Lá fora, os EUA tiveram um dia de alívio político e incerteza econômica. O governo finalmente encerrou o mais longo shutdown da sua história, após 43 dias de paralisação que deixaram servidores sem salário e criaram filas em bancos de alimentos. O impacto econômico estimado é de 11 bilhões de dólares que não voltam mais. Mesmo assim, o fim do impasse trouxe algum alívio aos mercados.

Wall Street viveu um daqueles dias de troca de figurino: enquanto o Dow Jones bateu novo recorde puxado por setores tradicionais, o Nasdaq caiu, pressionado por big techs que enfrentam tanto rotações setoriais quanto expectativas menores após dados de emprego mais fracos. O S&P ficou praticamente estável, como quem observa a briga das duas pontas.

A guerra da inteligência artificial ganhou um novo capítulo. A AMD não só desafiou abertamente a hegemonia da Nvidia, como reforçou investimentos, comprou uma startup e projetou receitas ousadas. Em um mercado dominado mais de 90% por uma única empresa, o movimento da AMD é praticamente uma declaração de guerra industrial.

A Argentina conseguiu respirar com a inflação mais baixa desde 2018, fechando os últimos 12 meses em 31,3%, enquanto o México assustou o mundo com o tamanho do mercado de contrabando de combustível, que já movimenta mais de 20 bilhões de dólares por ano e envolve cartéis, corrupção e participação, direta ou indireta, de intermediários americanos.

No Brasil, a Copasa entrou no radar dos grandes grupos de saneamento depois da aprovação que facilita sua privatização. Aegea, Sabesp, Suez, Perfin e BTG já rondam o negócio, que pode acontecer tanto por leilão quanto por uma oferta de ações. A estatal é considerada uma joia estratégica, e seu futuro promete ser um dos capítulos mais disputados do mercado brasileiro nos próximos meses.

Conclusão: O mundo não caiu, ele apenas mudou de marcha

O dia foi muito menos sobre queda e muito mais sobre realinhamento. O Ibovespa descansou, as grandes empresas mostraram rotas distintas, o setor de serviços reforçou que é ele quem puxa o país para frente, o Banco Central pediu calma, a política adicionou uma pitada de tensão e o investidor estrangeiro confirmou que está guiando o volante da B3.

Lá fora, os EUA ajustaram sua política interna, Wall Street redesenhou sua prioridade setorial, a inteligência artificial aqueceu a corrida tecnológica, a Argentina deu um respiro raro, o México enfrentou o lado sombrio da economia paralela e Minas Gerais virou capítulo obrigatório para quem acompanha privatizações no Brasil.

Nada desabou. Nada explodiu. Nada virou do avesso. O que houve foi algo mais simples e mais importante: a economia global deu aquela pausa consciente, respirou fundo e colocou cada coisa em seu devido lugar. Como diria Keynes, “o difícil não é aceitar novas ideias, mas escapar das antigas”. Ontem, a economia fez exatamente isso: ajustou antigas narrativas para abrir espaço para novas dinâmicas. E é nesse ritmo, menos frenético e mais maduro, que seguimos porque, como lembrava Peter Lynch, “não é o movimento do mercado que importa, e sim a sua capacidade de manter a calma enquanto ele se move.”

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Até mais tarde!

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