Café com seu dinheiro: 14/07/2025

Resumo de hoje:

  • 📉 IBOVESPA: o investidor sente o baque

  • 💵 DÓLAR: real volta a apanhar

  • 📊 S&P 500: bolsa americana ignora o caos (por enquanto)

  • 🇨🇳 CHINA: a importância da Ásia só cresce para o Brasil

  • 📌 Resumo final: o Brasil vai precisar correr atrás

A semana foi negativa para os ativos brasileiros, com o Ibovespa acumulando queda de 3,6% e o dólar subindo para R$ 5,56, pressionados principalmente pelo anúncio das tarifas americanas de 50% sobre produtos do Brasil a partir de agosto. Embora o impacto econômico direto seja pequeno, o mercado interpretou como mais um sinal de vulnerabilidade do Brasil no cenário internacional, em meio a um ambiente interno conturbado, com a disputa entre Executivo e Congresso sobre o aumento do IOF, que será julgada pelo STF. A relação comercial com a China segue se fortalecendo, com crescimento de 22% nas importações, enquanto os EUA perdem participação.

Lá fora, o S&P 500 subiu 0,9% e renovou máximas, ignorando as provocações políticas de Trump contra Jerome Powell e focando nos bons dados econômicos e balanços corporativos positivos. O cenário para o Brasil segue desafiador no curto prazo, com alta volatilidade e fuga de capital estrangeiro, mas analistas ainda enxergam suporte nos juros altos e na política conservadora do Banco Central, além da expectativa de um dólar global mais fraco ao longo do segundo semestre.

📉 IBOVESPA: o investidor sente o baque

A bolsa brasileira teve uma semana para esquecer. O Ibovespa caiu 3,6%, fechando próximo dos 136 mil pontos, no pior desempenho semanal em mais de um ano. Não foi só uma correção técnica — foi o reflexo direto da escalada das tensões comerciais com os Estados Unidos e do ambiente político ainda mais nebuloso dentro de casa.

O anúncio dos 50% de tarifas americanas sobre as importações brasileiras pegou mal no mercado. Por mais que o impacto direto sobre o PIB não seja gigantesco (essas exportações representam só 2% da economia), o mercado lê nas entrelinhas: o Brasil está virando alvo fácil.

Esse episódio reforça a leitura de que o país segue vulnerável, tanto politicamente quanto comercialmente. E isso pesa. Projeções indicam impacto de -0,3% no PIB já em 2025, podendo chegar a -0,5% em 2026, além de possível contaminação via inflação, já que produtos encarecidos lá fora respingam aqui dentro.

Pior: a briga sobre o IOF só piora o humor. O governo tenta empurrar um aumento goela abaixo do Congresso, alegando respaldo jurídico. Agora, o tema vai parar no STF nesta segunda, o que adiciona mais uma camada de incerteza institucional no país. E ninguém gosta de incerteza quando o assunto é dinheiro.

Análise: o Ibovespa apanha porque o investidor já não vê mais gatilhos claros de valorização no curto prazo. O Brasil depende muito de fluxo estrangeiro, e esse capital corre quando sente cheiro de instabilidade. Por enquanto, o investidor local segura as pontas, mas sem muito apetite para risco.

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💵 DÓLAR: real volta a apanhar

O dólar disparou novamente. A moeda americana subiu 2,1% na semana, encerrando por volta de R$ 5,56, o maior patamar em dois meses. O real foi vítima clássica: tensão política interna, risco comercial externo e aversão global ao risco, mesmo com a expectativa de que o dólar vá enfraquecer ao longo do segundo semestre.

Análise: o Brasil tem uma vantagem técnica — juros altos e Banco Central conservador, que ajudam a proteger o real. Mas não é o suficiente para blindar a moeda num cenário de instabilidade comercial. O câmbio deve seguir pressionado enquanto não houver sinal mais claro de apaziguamento na relação com os EUA e na política doméstica.

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📊 S&P 500: bolsa americana ignora o caos (por enquanto)

Lá fora, o clima é outro. O S&P 500 subiu 0,9% na semana, renovando máximas históricas. O investidor americano parece estar vacinado contra barulho político. Nem as ameaças de Trump contra Jerome Powell (ele disse publicamente esperar a renúncia do presidente do Fed) tiraram a bolsa do rumo.

O foco continua sendo o que realmente move as bolsas: dados econômicos positivos, mercado de trabalho aquecido e resultados corporativos que superam as expectativas.

Já a ameaça de Trump de novas tarifas de 30% sobre produtos europeus ainda não teve impacto prático, porque a União Europeia escolheu não retaliar — por enquanto. Preferiu apostar na negociação.

Análise: o investidor global segue apostando que o Fed vai entregar cortes de juros no segundo semestre. Enquanto isso não muda, o dinheiro continua indo para ações.

🇨🇳 CHINA: a importância da Ásia só cresce para o Brasil

Se os EUA aumentam as barreiras, a China segue abrindo a carteira. Hoje, a China responde por 26% das importações brasileiras, enquanto os EUA caíram para 15,5% (eram 19% três anos atrás).

Nos primeiros seis meses deste ano, importamos US$ 35 bilhões da China (+22% ante 2024) contra US$ 21 bilhões dos EUA (+11%). A leitura aqui é simples: o Brasil já depende mais da Ásia do que da América do Norte.

Análise: isso mostra que, mesmo com toda a retórica de reindustrialização e independência produtiva, o Brasil continua cada vez mais conectado às cadeias asiáticas. A diversificação é positiva, mas também expõe o país a novas vulnerabilidades: qualquer problema na Ásia pode respingar forte aqui.

📌 Resumo final: o Brasil vai precisar correr atrás

O Brasil terminou a semana mais fraco: vulnerável nas relações comerciais, inseguro internamente e dependente de fluxo de capital que pode evaporar rápido.

Apesar do curto prazo desafiador, ainda há fundamentos sólidos: juros altos, BC conservador e dólar global mais fraco no horizonte. O problema é que o Brasil precisa entregar mais segurança política e mais clareza econômica para voltar a ser protagonista no portfólio dos grandes investidores.

Conclusão prática:

  • Para quem investe, vale manter a cautela no curto prazo.

  • Bolsa brasileira segue sem catalisador de alta.

  • Câmbio pode ter mais pressão até as nuvens políticas e comerciais se dissiparem.

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Até amanhã