- Café com seu dinheiro
- Posts
- Café com seu dinheiro: 14/08/2025
Café com seu dinheiro: 14/08/2025
Governo lança pacote de R$ 30 bi em crédito e R$ 10 bi fora da meta, elevando tensão fiscal e dividindo apostas sobre cortes de juros no Brasil e nos EUA.
Resumo de hoje:
📉 Ibovespa x Wall Street — Bolsa brasileira cai 1% na contramão dos recordes em Nova York, com dólar em alta e risco fiscal no radar.
💰 Pacote do Governo — R$ 30 bi em crédito e R$ 10 bi de déficit fora da meta para mitigar efeitos do tarifaço de Trump.
📊 Ciclos de Juros — Estudo mostra potencial de alta da bolsa após cortes de juros, mas cautela predomina diante do cenário fiscal.
🌱 Política & Soja — Lula reforça negociações e China prioriza soja brasileira em meio à disputa comercial com EUA.
🌍 Cenário Global — Trump pressiona Fed por juros a 1% enquanto bolsas americanas e europeias batem máximas.
O Ibovespa caiu 1% enquanto Wall Street renovava recordes, refletindo preocupações fiscais após o governo anunciar um pacote para empresas afetadas pelo tarifaço de Trump: R$ 30 bilhões em linhas de crédito e pouco mais de R$ 10 bilhões de déficit fiscal adicional fora da meta (incluindo R$ 5 bi de renúncia fiscal e R$ 5 bi em aportes a fundos de exportação). Apesar do impacto imediato relativamente pequeno, o mercado teme o precedente de flexibilizar o arcabouço fiscal, o que afeta a credibilidade das contas públicas. Ao mesmo tempo, juros curtos seguem em queda com inflação controlada, mas muitos investidores preferem esperar o início efetivo do ciclo de cortes para aumentar posição na bolsa, lembrando que no Brasil, a política pode mudar o cenário rapidamente.
No campo político, Lula reforçou negociações com Trump e defendeu soberania nacional, enquanto a oposição, liderada por Tarcísio de Freitas, aproveitou para criticar e mirar 2026. Na prática, a China amplia compras de soja brasileira em meio à disputa comercial com os EUA, beneficiando exportadores locais. Nos EUA, Trump pressiona o Fed por cortes de juros mais agressivos e insinua trocar Jerome Powell, mas dirigentes divergem sobre o momento ideal. Mesmo assim, bolsas americanas e europeias fecharam em alta, sustentando o otimismo para 2025 — desde que o Brasil mantenha disciplina fiscal e o cenário externo colabore.
Looking for unbiased, fact-based news? Join 1440 today.
Join over 4 million Americans who start their day with 1440 – your daily digest for unbiased, fact-centric news. From politics to sports, we cover it all by analyzing over 100 sources. Our concise, 5-minute read lands in your inbox each morning at no cost. Experience news without the noise; let 1440 help you make up your own mind. Sign up now and invite your friends and family to be part of the informed.
1️⃣ Ibovespa x Wall Street: quem dançou fora do ritmo
Ontem foi um dia curioso: as bolsas americanas estavam naquele clima de festa — S&P 500 e Nasdaq batendo recorde, investidores animados — e o nosso Ibovespa resolveu tocar outra música, caindo 1%. 🎭
O dólar subiu 0,27%, fechando a R$ 5,40. Nada dramático, mas já é aquele empurrãozinho que deixa importados, viagens e até eletrônicos mais caros. Ao mesmo tempo, o juro longo subiu (sinal de que o mercado vê mais risco adiante), enquanto o juro curto continuou caindo, reflexo da inflação mais controlada por aqui.
A razão dessa dissonância? O velho fantasma do risco fiscal. Depois do tarifaço de 50% imposto por Trump sobre alguns produtos, o governo brasileiro resolveu abrir a carteira. E quando o gasto escapa da meta fiscal, o mercado começa a se perguntar: “Será que esse arcabouço fiscal é só enfeite?”
💡 Análise rápida: O impacto imediato é relativamente pequeno — pouco mais de R$ 10 bilhões de déficit adicional fora da meta, mas somados a R$ 30 bilhões em linhas de crédito e subsídios. O medo, no entanto, é o precedente: no Brasil, não há nada mais duradouro que um gasto temporário.
2️⃣ O pacote do governo e o “cheque especial” fiscal
O plano é o seguinte:
Pouco mais de R$ 10 bilhões de déficit fiscal adicional, fora da meta, para apoiar empresas afetadas pelo tarifaço.
R$ 30 bilhões em linhas de crédito via Fundo de Garantia à Exportação.
Dentro dos R$ 10 bilhões acima, estão R$ 5 bilhões de renúncia fiscal e R$ 5 bilhões em aportes para fundos que subsidiam exportações.
📊 Total do pacote: R$ 30 bi em crédito + R$ 10 bi de gasto fiscal efetivo.
O governo diz que “o impacto é pequeno” olhando para o caixa. O mercado pensa diferente: “Se abriram exceção agora, qual será a próxima?” É como prometer usar o cheque especial só por causa de um imprevisto… e depois sacar para pagar o churrasco do fim de semana.
Política fiscal não vive só de número, vive de credibilidade — e, no mercado, credibilidade é como confiança: difícil de ganhar, fácil de perder e quase impossível de recuperar.
3️⃣ Ciclos de juros e a (in)certa arte de prever a bolsa
Um estudo do Santander mostrou que, na média, o Ibovespa sobe 25% nos 12 meses antes e 30% nos 24 meses depois do início de um ciclo de cortes de juros. 📈
Bonito no papel, mas no Brasil até o passado é incerto — e o futuro, mais ainda. Eu prefiro entrar na bolsa quando a queda dos juros já começou, e não antes. É o “São Tomé investidor”: ver para crer. Brasília é cheia de surpresas, e uma PEC mal colocada pode transformar otimismo em prejuízo num piscar de olhos.
💡 Ponto de atenção: Se a inflação continuar sob controle e o cenário externo ajudar, podemos ter um ciclo positivo. Mas basta o fiscal desandar para que ele acabe mais rápido que férias de estagiário.
4️⃣ Política, soja e diplomacia de churrasco
Lula aproveitou o episódio para discursar sobre soberania e disse que vai continuar “teimando” nas negociações com Trump, elogiando seu time de negociadores como se fosse “mais forte que Real Madrid e PSG”.
Tarcísio de Freitas respondeu dizendo que “o Brasil não aguenta mais Lula” e que seria hora de “trocar de piloto” — claramente já mirando a próxima eleição.
Enquanto isso, a China segue priorizando soja brasileira na temporada em que normalmente compra dos EUA, aproveitando a treta comercial entre americanos e chineses. Resultado: exportador brasileiro sorrindo e americano olhando atravessado para o porto de Santos. 🚢🌱
5️⃣ Lá fora: Fed, Trump e Putin no mesmo palco (quase)
Trump também está pressionando o Fed a cortar juros para 1% e já insinua ter nomes para substituir Jerome Powell. O mercado aposta em corte em setembro, após o CPI de junho mostrar desaceleração, mas dirigentes divergem:
Bostic (Atlanta): dá para esperar, mercado de trabalho ainda está forte.
Goolsbee (Chicago): há sinais de alerta e é preciso ficar de olho, principalmente na inflação fora das tarifas.
Mesmo assim, o S&P 500 bateu recorde e o Nasdaq fechou no azul. A Europa, que fechou mais cedo, também comemorou máximas de duas semanas.
💡 Resumo da ópera: Se o Fed cortar juros e o Brasil não vacilar no fiscal, 2025 pode ser muito bom para ativos de risco. Mas no mercado, não se investe no “se” — e sim no “é”.
☕ Conclusão & pitada de realismo
O desafio no Brasil é segurar o fiscal sem sufocar o crescimento. Lá fora, é acompanhar como Fed, disputa comercial e geopolítica vão mexer no fluxo de capital e no preço das commodities.
📌 Quer proteger seu patrimônio com quem entende de verdade o que pode acontecer quando a economia sai dos trilhos?
Na Hedge Partners, liderada por quem vos fala, a gente ajuda empresários e famílias a manterem seus ativos blindados — com ou sem plano mirabolante em Brasília.
Clique aqui e conheça nossos serviços.
🖼️ Quer anunciar para os nossos mais de 11 mil leitores?
É só clicar aqui.
Até amanhã