Resumo de Hoje:
🌍 Mundo negativo: quedas fortes em Wall Street após o fim do shutdown e falta de novos dados.
📉 Ibovespa em pausa: depois de 15 altas seguidas, caiu levemente por ajuste técnico.
🇧🇷 Dados fracos: varejo desaponta e PIB 2025 é revisado para 2,2%; inflação projetada cai.
🇺🇸 Fed mais duro: discursos esfriam expectativas de corte; mercado fica dividido sobre dezembro.
🍽️ Decreto do PAT: mudanças no vale-refeição aumentam concorrência, mas geram críticas da Abrasel.
📊 Balanços intensos: Hapvida despenca 42%, BB sofre; MRV, Allos e Nubank se destacam p
ositivamente.
🏦 Bancos cautelosos: lucro combinado cai 11% e provisões disparam com risco maior na economia.
Num dia em que o mercado global acordou de mau humor e derrubou Wall Street, o Brasil entrou no clima: o Ibovespa finalmente respirou depois de quinze altas seguidas, o varejo decepcionou, o governo revisou PIB e inflação, o Fed esfriou o otimismo sobre cortes de juros e o novo decreto do PAT mexeu com todo o setor de benefícios. Para completar, a temporada de balanços trouxe de tudo, tombo histórico da Hapvida, pressão no Banco do Brasil, brilho da MRV, Allos e Nubank, enquanto os grandes bancos reforçaram provisões e mostraram que a economia está ficando mais cautelosa. Foi um dia cheio de nuances, e entender cada uma delas faz toda diferença para ler o cenário com clareza. Vamos destrinchar.
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🌎 O MUNDO ABRIU O PREGÃO DE MAU HUMOR E O BRASIL SÓ ACOMPANHOU
O fim do shutdown nos Estados Unidos deveria, em tese, trazer algum alívio, mas como todo investidor experiente sabe, alívio sem dado não dura muito. O governo voltou a funcionar, mas ninguém sabe exatamente quando os indicadores virão, e isso deixou o mercado global em modo “espera tensa”.
Sem calendário, sem número, sem narrativa definida, o investidor americano começou a recalibrar expectativas como quem tenta adivinhar quanto veio na conta de luz depois de um mês usando ar-condicionado no talo.
E quando falta clareza, sobra medo. Wall Street afundou: Dow Jones e S&P 500 caíram 1,65%, e o Nasdaq, carregado de empresas de tecnologia, tomou um tombo ainda mais forte. A preocupação é sempre a mesma: valuations altos demais num ambiente que ainda não dá segurança para corte de juros.

E, nesse cenário, quem toma o maior tapa? A turma da inteligência artificial. Nvidia, Broadcom, Alphabet… todas as gigantes sentiram o baque. Com isso, a aversão ao risco se espalhou para mercados emergentes, e o Brasil, como sempre, pegou carona no mau humor.
📉 O IBOVESPA FINALMENTE RESPIRA DEPOIS DO RALI HISTÓRICO
Enquanto o mundo derretia, o Ibovespa caiu 0,30% e ficou nos 157 mil pontos. Mas aqui entre nós: caiu muito menos do que poderia. Depois de subir por quinze pregões seguidos e acumular mais de 30% no ano, essa baixa parece mais uma pausa honesta do que um sinal de reversão.

O mercado brasileiro já vinha com um otimismo robusto, surfando petróleo firme, fluxo estrangeiro forte e resultados corporativos acima da média. Mas essa dose dupla de pessimismo global e dados domésticos mais fracos fez o investidor local recolher um pouco as velas, o suficiente para dizer: “Ok, vamos respirar.”

Ainda assim, não foi um dia de medo, foi um dia de ajuste. E ajustes são tão naturais quanto correções ortográficas na sua newsletter.
O MACRO BRASILEIRO ENTROU NO MODO "REVISORES DE PLANILHA"
Enquanto o exterior fervia, o Brasil teve seu próprio mini-chacoalhão. A divulgação das vendas do varejo de setembro decepcionou, mostrando uma economia ainda resistente, mas faltando fôlego. Isso mexeu com expectativas e como macroeconomia é um jogo de expectativas, o impacto foi imediato.

O Ministério da Fazenda revisou o PIB de 2025 para baixo: de 2,3% para 2,2%. Não é uma queda dramática, mas reforça a ideia de que o crescimento brasileiro segue mais moderado do que promissor. Em contrapartida, revisaram o IPCA para baixo também: de 4,8% para 4,6% neste ano, com projeções melhores para 2026 e 2027.
O recado é claro: atividade um pouco mais fraca, inflação um pouco mais controlada.
Do outro lado, a Moody’s resolveu dar uma pitadinha de otimismo e revisar o crescimento brasileiro de 2025 de 2,0% para 2,1%. Nada que mude a vida, mas ajuda no astral.

Esse conjunto de revisões mostra um país que continua avançando, mas a passos calculados, sem grandes explosões de crescimento. É aquele ritmo de corrida leve, não de tiro de 100 metros.
O FED ACABOU COM A FESTA ANTES DA MÚSICA COMEÇAR
Se existia algum consenso de que o Federal Reserve cortaria juros em dezembro, ele evaporou hoje. Os discursos de vários dirigentes do banco central americano foram suficientemente duros para derrubar o otimismo.
Beth Hammack, do Fed de Cleveland, disse abertamente que não apoia novas reduções agora. Mary Daly, do Fed de São Francisco, reforçou: ainda é cedo demais. E, no acumulado, o mercado entendeu o recado: “Calma lá, gente. Juros não vão cair só porque vocês querem.”

Ontem, o mercado precificava quase 63% de chance de corte. Hoje, está dividido: 50,4% acreditam em manutenção e 49,6% ainda apostam no corte. É praticamente um empate técnico, e, para um mercado que vive de convicção, isso é sinônimo de incerteza.

Como se não bastasse, existe a possibilidade de que o payroll e o CPI de outubro nem sejam divulgados nos próximos dias. O shutdown atrasou tudo, e operar sem dado é como dirigir sem retrovisor. Dá pra ir? Dá. Mas dá ruim.
O DECRETO DO PAT ACENDEU OS HOLOFOTES E DIVIDIU OPINIÕES
No Brasil, um dos assuntos mais comentados do dia foi o novo decreto do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). As mudanças são amplas e mexem com o coração do mercado de vale-refeição.

O governo decidiu limitar as taxas cobradas pelas operadoras a 3,6%, reduziu o prazo de repasse dos estabelecimentos de 30 para 15 dias, determinou interoperabilidade entre bandeiras e proibiu arranjos fechados para empresas com mais de 500 mil trabalhadores.
Como sempre, o país se dividiu.
De um lado, empresas como iFood Benefícios e fintechs do setor comemoraram, dizendo que o decreto corrige distorções e democratiza o acesso dos trabalhadores. Do outro, entidades como a Abrasel se mostraram preocupadas com o tabelamento, temendo que a intenção boa não seja suficiente para evitar confusões operacionais.
Seja como for, o decreto muda o jogo. Encerrar o modelo de “bandeiras que mandam no mercado” é um passo grande e, como todo passo grande, pode atrair tropeços e aplausos na mesma medida.
A TEMPORADA DE BALANÇOS VEIO FORTE E COM DOSE DUPLA DE DRAMA
A temporada de resultados do terceiro trimestre continua pegando fogo, e o pregão desta quinta-feira foi um desfile completo de emoções.
A estrela negativa do dia foi a Hapvida. O mercado esperava uma melhora operacional, e veio o contrário. Resultado fraco, custos elevados, integração ainda problemática… bastou isso para que analistas rebaixassem a ação e investidores corressem para a porta. O papel derreteu 42,21%, um número tão grande que a gente até lê duas vezes para confirmar.
O Banco do Brasil também sentiu a pressão, especialmente por conta do agronegócio. A ação chegou a cair mais de 3% e fechou em baixa de 1,32%, com analistas revisando projeções para baixo. Os outros bancos tentaram segurar as pontas: Bradesco subiu um pouquinho, Itaú avançou um pouco mais, e Santander também fechou no azul.
Petrobras, acompanhando a alta do petróleo lá fora, colocou um pouco de alívio no índice. Já a Vale recuou levemente com minério vacilando na Ásia.

Do lado positivo, Allos anunciou que triplicará os dividendos mensais até 2026 e viu suas ações subirem quase 5%. A MRV surpreendeu com um lucro mais que dobrado ano a ano. Ultrapar dividiu opiniões e caiu quase 5%. E, do outro lado do espectro, o Nubank entregou talvez o balanço mais redondo do trimestre: lucro crescendo, ROE subindo, receita forte e uma base de clientes que já soma 127 milhões.

Foi um pregão que poderia muito bem virar uma minissérie: drama, alívio cômico, protagonista, vilão, redenção e um roxinho brilhando no final.
🏦 OS 4 GRANDES BANCOS MOSTRARAM UM TRIMESTRE DE FREADA E CAUTELA
O setor bancário teve uma fotografia bem clara neste trimestre: a economia está desacelerando, as provisões estão subindo e as projeções para 2026 são mais nebulosas do que ensolaradas.
O lucro combinado de Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil somou R$ 25,9 bilhões, uma queda de 11% frente ao mesmo período do ano passado. A carteira de crédito totalizou R$ 4,4 trilhões, crescendo menos do que antes, justamente porque juros altos diminuem o apetite por empréstimo.

O grande destaque foi o salto de mais de 31% nas despesas de provisão contra calotes, chegando a R$ 42 bilhões. Parte disso vem de novas regras contábeis, que obrigam os bancos a provisionarem de acordo com perdas esperadas, não só realizadas. A outra parte é risco mesmo: aumento da inadimplência e necessidade de reforçar colchões.

Cada banco tem seu capítulo nessa história: o Itaú continua sólido, mas desacelerando; o Bradesco melhora devagar; o Santander parece dar o primeiro sinal de virada; e o Banco do Brasil sofre especialmente com o agro. No geral, é um setor cauteloso, olhando para 2026 com uma mistura de prudência e nervosismo.
CONCLUSÃO: UM DIA QUE NÃO BRILHOU, MAS ILUMINOU
O pregão de hoje não entrou para a lista dos dias épicos, mas entrou para a lista dos dias importantes e, no mercado, esses são os que realmente moldam a história. Foi um daqueles capítulos em que a economia lembra a gente de que equilíbrio não se mede pelo tamanho das altas, mas pela capacidade de atravessar as quedas sem perder a lógica. O mundo acordou de mau humor, o Brasil acompanhou, o Fed jogou água fria no otimismo, os balanços causaram turbulência e o Ibovespa fez a pausa natural de quem correu rápido demais por tempo demais.
Ainda assim, nada saiu do eixo. Nada implodiu. Nada virou enredo de crise.
Hoje foi apenas um ajuste, daqueles que alinham expectativas, esfriam ânimos e lembram que o mercado é ciclíco, imperfeito, teimoso e completamente humano. E é justamente nesses momentos mais cautelosos que a frase de Milton Friedman continua ecoando como um lembrete silencioso sobre como o mundo funciona:
“A sociedade que coloca a igualdade à frente da liberdade acaba sem nenhuma das duas.”

Milton Friedman foi um economista americano que defendeu com unhas e dentes os mercados livres, influenciou profundamente a política econômica do século XX e virou o “porta-voz” mundial da ideia de que a liberdade econômica é condição para a liberdade individual.
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Até mais tarde!


