- Café com seu dinheiro
- Posts
- Café com seu dinheiro: 15/07/2025
Café com seu dinheiro: 15/07/2025
"When the truth is gone, and anyone lies. So welcome to the jungle, baby" - Axl Rose
Resumo de hoje:
🔥 Política azeda ainda mais o humor dos mercados
🛑 Economia perde força e reforça cenário de estagnação
🌍 No exterior, Trump ameaça, Argentina surpreende (por enquanto)
Finalmente, revelei minha identidade. Pra você que estava acostumado a tomar um café comigo todas as manhãs pelo puro prazer de ler sobre economia e negócios, com aquela pitada de mistério por não saber quem seria seu interlocutor, agora as coisas mudam. Depois de anos gravando videos de até 2 minutos no instagram, poucos sabem minha paixão por leitura e escrita. Foram 3 livros finalizados, sendo 2 publicados sobre economia e renda fixa (procure por “Rian Tavares livros” no google, mais fácil). Foram 2 anos fazendo uma newsletter informal para milhares de clientes e assessores enquanto trabalhava como executivo de mercado.
Porém, entretanto, todavia, agora faço o que mais gosto: democratizar acesso a conteúdo de qualidade. Qualquer um agora pode vir aqui tomar um café comigo, independente de onde esteja, seja chegando no trabalho, no aconchego da sua casa ou virado da balada. Que esse texto encontre você bem e chega de moleza. Let’s get to work.
Depois de alguns dias em que o mercado parecia tentar se equilibrar, a segunda-feira trouxe um recado claro: o investidor perdeu a paciência com o Brasil. O Ibovespa voltou a cair (-0,65%) e fechou perto dos 135 mil pontos, enquanto o dólar subiu na mesma proporção, encerrando a R$ 5,58. Lá fora, o clima foi outro: as bolsas americanas subiram levemente, sustentadas por bons balanços e expectativa de cortes de juros no segundo semestre. Aqui, a história é diferente. 📉💸
O que pesa no Brasil hoje é uma combinação que afasta dinheiro: economia esfriando, barulho político crescente e cenário externo cada vez mais imprevisível. O investidor local está olhando para tudo isso e se perguntando: “por que manter risco aqui dentro se lá fora tem alternativa melhor e mais tranquila?”
🔥 Política azeda ainda mais o humor dos mercados
O noticiário político voltou com força a pesar nos preços dos ativos. A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a condenação de Bolsonaro e mais 7 aliados pela tentativa de golpe em 2022. O grupo inclui nomes de peso, como Braga Netto e Augusto Heleno. As penas podem chegar a 39 anos de prisão, e o parecer abre caminho para que o caso vá à fase final, possivelmente antes das eleições municipais. Não importa sua opinião política: o mercado detesta incerteza institucional. Isso reforça a leitura de que o Brasil segue preso a disputas internas que tiram o foco do que realmente importa — crescimento e produtividade. 🏛️⚖️
Enquanto isso, o governo Lula tenta mostrar força contra o tarifaço dos 50% imposto pelos EUA. Ontem foi regulamentada a Lei da Reciprocidade, que dá respaldo legal para o Brasil retaliar países que prejudiquem suas exportações ou competitividade. A lei pode afetar desde comércio até regras de propriedade intelectual. O recado é claro: se os EUA fecharem portas, o Brasil também pode fechar as suas. Hoje começam as conversas com indústria e agro para alinhar discurso e tentar organizar a resposta. O risco? Que essa escalada feche mercados e dificulte ainda mais a retomada da economia. 🌾🏭
Análise: A postura do governo é compreensível, mas o mercado teme que essa briga comercial se arraste e afaste ainda mais investidores do Brasil, em um momento já frágil para a nossa economia.
___
🛑 Economia perde força e reforça cenário de estagnação
Os números da economia só reforçam a sensação de que o Brasil está travando. O setor de serviços, responsável por 70% dos empregos formais, mostrou crescimento quase nulo em maio (+0,1%), o pior desempenho desde janeiro. Pior ainda: há cinco meses consecutivos as demissões superam as admissões. Quando o setor que mais emprega começa a demitir mais do que contratar, é sinal de que o consumo e a confiança do empresário estão murchando. 🚫📉
Outro dado que assustou foi o IBC-Br (prévia do PIB), que caiu 0,74% em maio. A agricultura afundou -4% no mês e o restante da economia recuou -0,3%. O dado de abril já havia sido fraco (+0,05%), mostrando que a atividade perdeu tração. No acumulado de 12 meses, ainda temos avanço de 4%, mas essa gordura está evaporando.
Análise: O lado “bom” desse cenário fraco é que ele pode acelerar a queda da SELIC. O mercado já começa a precificar cortes antes do que o próprio Banco Central vinha sinalizando. Mas, atenção: cortar juros sem confiança e com risco fiscal alto resolve pouco. O risco é o Brasil ficar preso naquele velho ciclo de juros baixos sem crescimento sustentável. 🏦✂️
Hoje, mais um capítulo da novela institucional: STF faz audiência de conciliação entre Executivo e Congresso sobre o aumento do IOF, uma discussão que escancara o nível de ruído entre os poderes. O investidor lê isso como mais um sinal de fragilidade institucional. ⚖️💼
___
☕ Programa de indicação do CAFÉ ☕
Se você quer continuar a tomar um café com seu dinheiro e ainda ganhar prêmios indicando pros amigos, sua hora chegou.
Indique o CAFÉ para 2 amigos e ganhe um e-book sobre como dar os primeiros passos nos investimentos, de graça.
Compartilhe o link para seus amigos. Após a confirmação, você receberá um e-mail com seu presente 🤩
___
🌍 No exterior, Trump ameaça, Argentina surpreende (por enquanto)
Nos Estados Unidos, Trump segue agitando o noticiário. Ontem, ele prometeu mais sanções contra a Rússia e falou em enviar armas para a Ucrânia caso Moscou não aceite um acordo de paz de 50 dias. Além disso, ameaçou tarifas de 100% contra produtos russos. Mesmo com esse tom bélico, os mercados americanos seguem firmes, apostando mais em fundamentos do que em manchetes. 🇺🇸⚔️🇷🇺
Na Argentina, o governo Milei comemorou a inflação de 1,6% em junho, muito abaixo dos absurdos 25% mensais que o país viveu em 2023. Em 12 meses, a inflação recuou para 39%. Apesar da melhora, analistas alertam: a economia segue fraca, o câmbio está instável e o rombo nas contas externas aumenta. Com o peso valorizado, viagens ao exterior viraram liquidação para os argentinos, e mais de 8 milhões já viajaram só nos primeiros 4 meses do ano. Isso ajuda a baixar a inflação, mas cria outro problema: um déficit externo perigoso. 🇦🇷✈️
Análise: Milei mostra resultados, mas o mercado não compra a história de estabilidade ainda. Sustentar inflação baixa com economia fraca e contas desequilibradas é difícil, e isso pode voltar a pesar no câmbio e nos preços em breve.
🚩 Resumo final (o que você precisa guardar)
👉 Brasil segue preso num ciclo ruim: política conturbada, economia fraca e cenário internacional hostil.
👉 Investidor está mais cauteloso, bolsa caiu, dólar subiu e juros futuros já projetam corte da SELIC mais cedo.
👉 O risco é o Brasil entrar em modo “voo de galinha”: corta juros, mas não cresce, e perde credibilidade no meio do caminho.
🖼️ Quer anunciar para os nossos mais de 8 mil leitores?
É só clicar aqui.
Até amanhã