Café com seu dinheiro: 17/06

"O improviso é importante na novela e na vida.." - Fernanda Montenegro

Resumo de hoje:

  • 💣 O IOF virou munição política — e quem levou o tiro foi o governo

  • 📉 Fundos Imobiliários sofrem novo golpe com retorno do IR sobre rendimentos

  • 🚜 Agronegócio segue firme, mas fertilizantes viram dor de cabeça

  • 🌐 O capital estrangeiro está sumindo — e isso diz muito sobre o mundo de hoje

A semana começou com os mercados globais atentos, quase em estado de vigília, diante dos desdobramentos cada vez mais delicados no Oriente Médio. O prolongado conflito entre Israel e Irã, que nas últimas semanas elevou a temperatura geopolítica do planeta, ganhou ontem um novo capítulo com tom diplomático e peso estratégico: Teerã solicitou que os Estados Unidos pressionem Tel Aviv por um cessar-fogo imediato.

Embora o premiê israelense Benjamin Netanyahu tenha adotado postura firme, chegando a afirmar que não descarta ações diretas contra a liderança iraniana, o simples gesto de negociação foi suficiente para diminuir a tensão nos mercados, mesmo que temporariamente.

A leitura predominante foi de que, mesmo sem uma resolução clara à vista, qualquer sinal de descompressão nos conflitos já basta para acalmar os ânimos dos investidores. Com isso, o dólar comercial caiu para R$ 5,48 — seu menor patamar desde outubro do ano passado — e o Ibovespa subiu 1,49%, fechando aos 139.256 pontos, impulsionado por ações cíclicas e setores ligados à economia doméstica. Já o S&P 500 avançou 0,94%, refletindo o bom humor de Wall Street, enquanto o Bitcoin, ativo sensível à aversão ao risco, teve queda de aproximadamente 1,1%, cotado perto de US$ 66.500.

____________________________________________________________________________________________

☕ Programa de indicação do CAFÉ ☕

Se você quer continuar a tomar um café com seu dinheiro e ainda ganhar prêmios indicando pros amigos, sua hora chegou.

Indique o CAFÉ para 2 amigos e ganhe um e-book sobre como dar os primeiros passos nos investimentos, de graça.

Compartilhe o link para seus amigos. Após a confirmação, você receberá um e-mail com seu presente 🤩 

________________________________________________________________________________________________

💣 O IOF virou munição política — e quem levou o tiro foi o governo

O noticiário político em Brasília teve impacto direto no humor dos investidores. O que estava previsto como uma medida fiscal para aumentar a arrecadação virou uma batalha parlamentar. A Câmara dos Deputados aprovou, com urgência, a revogação do aumento do IOF sobre operações internacionais de crédito, representando uma derrota significativa para o governo Lula.

Mais do que um tropeço legislativo, o que chamou atenção foi o fato de que partidos que controlam oito ministérios votaram a favor da revogação, em um sinal claro de desarticulação da base aliada e aumento do ruído político. A consequência imediata foi a percepção de que qualquer ajuste fiscal se tornará cada vez mais difícil de passar no Congresso, o que eleva o grau de incerteza sobre o compromisso com o equilíbrio das contas públicas.

Como se não bastasse, outro baque veio com o anúncio de que os títulos incentivados — antes isentos de imposto de renda — passarão a ser taxados em 5% a partir de 2026. Isso mexe diretamente com a atratividade desses papéis e já começou a movimentar o mercado de crédito privado e renda fixa.

________________________________________________________________________________________________

📉 Fundos Imobiliários sofrem novo golpe com retorno do IR sobre rendimentos

Para os investidores de Fundos Imobiliários (FIIs), a segunda-feira teve gosto amargo. O sinal cada vez mais forte de que o governo vai retomar a cobrança de imposto de renda sobre os rendimentos mensais distribuídos caiu como um balde de água fria no setor, que ensaiava uma recuperação desde o fim de 2024.

Embora a Selic ainda esteja em patamar elevado, o que favorece o setor no curto prazo, a insegurança tributária tem afastado novos aportes. A sensação geral é de que, sem estabilidade nas regras do jogo, fica difícil manter o apetite por ativos que exigem visão de longo prazo.

________________________________________________________________________________________________

🚜 Agronegócio segue firme, mas fertilizantes viram dor de cabeça

No campo da economia real, o IBC-Br — indicador que serve como termômetro mensal do PIB — revelou sinais claros de desaceleração do crescimento brasileiro. Apesar disso, dois setores ainda têm mostrado resiliência: o consumo interno, apoiado pela massa salarial em alta, e o agronegócio, que continua sendo motor da economia.

Mas o agro, que tem sido escudo da atividade brasileira, pode enfrentar um novo desafio: a disparada dos preços da ureia, um dos fertilizantes mais utilizados na agricultura. O motivo? A guerra. Com os bombardeios entre Israel e Irã se intensificando e a ameaça de bloqueio no Estreito de Ormuz, cresce o temor de gargalos logísticos e encarecimento de insumos. Analistas já projetam um cenário de petróleo a US$ 100 o barril, o que aumentaria ainda mais o custo de produção agrícola.

________________________________________________________________________________________________

🌐 O capital estrangeiro está sumindo — e isso diz muito sobre o mundo de hoje

No cenário internacional, uma publicação do Banco Mundial acendeu mais um alerta amarelo: o investimento estrangeiro direto (IED) em países emergentes caiu para US$ 435 bilhões em 2023, atingindo o menor patamar em duas décadas. Para fins comparativos, é apenas metade do volume registrado no pico de 2008, auge da crise do subprime.

A explicação para esse encolhimento é múltipla: aumento de tensões geopolíticas, governos mais intervencionistas, maior protecionismo e um mundo que parece caminhar para menos integração econômica. O resultado prático é que capital internacional está mais escasso, mais exigente e muito mais seletivo.

__________________________________________________________________________________________

RODAPÉ
🖼️ Quer anunciar para os nossos mais de 8 mil leitores?
É só clicar aqui.

Até amanhã