Café com seu dinheiro: 18/06

"Vencer sem correr riscos, é triunfar sem glórias!" - Ayrton Senna

Resumo de hoje:

  • 🌍 Geopolítica: “Rendam-se ou else”

  • 🏦 Hoje: Copom no holofote

  • 💵 Real turbo-alimentado

  • 🌽 Safrinha derruba o milho

Em um dia marcado pela tensão no Oriente Médio e pela expectativa de alta da Selic, o Ibovespa terminou no vermelho, mas o pregão foi tudo menos monótono. Ficou nítido um “racha” entre os papéis que surfam o risco global e aqueles que afundam com ele.

De um lado, Petrobras brilhou impulsionada pelo salto do petróleo; de outro, Vale e Usiminas despencaram com a forte correção do minério de ferro na China. Na prática, o investidor pôde ver, em tempo real, a clássica rotação setorial: dinheiro saindo das ações ligadas a crescimento global — que sofrem quando a aversão ao risco aumenta — e migrando para empresas que ganham quando a commodity energética sobe.

Esse redirecionamento também mostra que o mercado segue altamente sensível a manchetes geopolíticas e à política monetária doméstica.

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🌍 Geopolítica: “Rendam-se ou else”

Donald Trump — que segue dominando as pesquisas nos EUA — resolveu incendiar o noticiário de vez: exigiu a rendição incondicional do Irã e sinalizou que, se necessário, Washington pode apoiar Israel em ataques ao programa nuclear persa. Essa retórica inflamada elevou significativamente a probabilidade de um choque de oferta de petróleo. Afinal, qualquer ameaça concreta aos terminais de exportação iranianos ou, pior, ao Estreito de Hormuz, pode tirar milhões de barris por dia do mercado global.

Não à toa, o Brent disparou quase 4 %, atraindo fluxo para companhias de óleo e gás e empurrando investidores para “portos mais seguros” como ouro, títulos de curto prazo em dólar e franco-suíço. Para o Brasil, o efeito imediato foi positivo para Petrobras, mas, no longo prazo, um choque prolongado de preços pode reacender pressões inflacionárias e complicar ainda mais o trabalho do Banco Central.

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🏦 Copom no holofote: Selic a 15 %?

A curva de DI já embute, com quase 90 % de probabilidade, uma Selic em 15 % ao ano — seria o maior nível desde 2016. Se o BC confirmar a aposta, o Tesouro Selic (LFT) passa a render esse juro já amanhã, preservando o poder de compra dos investidores conservadores num cenário de incerteza. Mas não é só festa: juros tão altos encarecem o custo de capital, impactam o consumo parcelado e elevam a alavancagem corporativa. Analistas de renda variável, por sinal, destacam que setores como varejo e construção já precificam margens mais apertadas nos próximos trimestres.

O consenso, no entanto, ainda vê esse patamar como transitório: projeções de IPCA e de déficit primário sugerem que a autoridade monetária pode iniciar um ciclo de cortes sutis no primeiro trimestre de 2026, especialmente se o governo entregar sinalizações críveis de ajuste fiscal.

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💵 Real turbo-alimentado: carry trade no auge

Com uma Selic nominal de 15 % e juros reais levemente acima de 9 %, o Brasil ostenta hoje o melhor diferenciado de “carry” entre grandes emergentes. Isso significa que fundos globais, em busca de rendimento, continuam vendendo dólar para comprar títulos brasileiros.

Some-se a isso um dólar global estruturalmente mais fraco — vários bancos centrais estão diversificando reservas, comprando ouro em ritmo recorde (cerca de mil toneladas previstas para 2025) e reduzindo exposição à divisa americana — e temos um real 11 % mais forte no acumulado do ano.

Apesar disso, casas de research alertam: a valorização cambial não é garantida. Qualquer tropeço fiscal ou escalada de conflito internacional pode reverter parte desses ganhos rapidamente, exigindo gestão ativa do risco cambial.

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🌽 Safrinha derruba o milho e redistribui renda

O avanço acelerado da colheita de milho safrinha gerou um excesso de oferta que derrubou a saca spot de R$ 90, em março, para cerca de R$ 67 agora. Essa queda comprime a margem do produtor rural, mas traz alívio importante para indústrias processadoras, granjas de frango e suinocultores, cujo custo de ração despenca junto.

No varejo, o impacto tende a aparecer nos preços de proteína animal e laticínios, ajudando a mitigar pressões inflacionárias no segundo semestre. Para o agronegócio listado em bolsa, porém, o efeito é misto: boas para empresas de proteína, negativas para tradings focadas em grãos.

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Até amanhã