Café com seu dinheiro: 18/08/2025

O real segue forte, mas com fragilidades no Brasil e incertezas globais, o ouro brilha como refúgio em meio ao caos.

Resumo de hoje:

  • 📊 Bolsa e dólar: Ibovespa no zero a zero e dólar recuando para R$ 5,39, acumulando queda de 12% no ano.

  • 🤔 Gestores cautelosos: Desconfiança de que o real já se valorizou demais, diante de riscos fiscais e externos.

  • 💸 Contas externas frágeis: Déficit subiu para 3,4% do PIB e Brasil deixou de ser credor líquido em dólar.

  • 🌍 Geopolítica: Zelensky sinaliza concessões à Rússia, sob pressão dos EUA e de Trump.

  • 🪙 Ouro em alta: Metal sobe 30% no ano e ETFs crescem 133%, reforçando papel de refúgio.

Na sexta-feira, o mercado brasileiro ficou no marasmo: bolsa no zero a zero, enquanto o dólar recuou 0,35% e fechou em R$ 5,39, acumulando queda de 12% no ano. Esse real valorizado tem dupla face: bom para quem viaja e importa, mas ruim para exportadores e para as contas externas do país, que já mostram um déficit de 3,4% do PIB (contra 1% no ano passado). Além disso, o Brasil deixou de ser credor líquido em dólar: nossas reservas de US$ 344 bilhões hoje representam 94% da dívida externa. Esse quadro de fragilidade explica por que gestores de fundos estão cautelosos em apostar mais na queda do dólar e também por que o Banco Central hesita em cortar os juros, mesmo com a Selic ainda alta.

No cenário internacional, a geopolítica segue pesando. Zelensky sinalizou pela primeira vez que pode ceder territórios para encerrar a guerra contra a Rússia e se reúne com Trump na Casa Branca, sob forte pressão dos EUA. Esse clima de incerteza, somado à inflação global e às tarifas americanas, impulsionou o ouro, que já sobe 30% no ano e viu seu volume de negociação em ETFs crescer 133% na B3 no primeiro semestre. O metal volta a brilhar como refúgio clássico em tempos turbulentos, enquanto investidores tentam dançar o samba do mercado sem perder o compasso.

1️⃣ Bolsa de lado, dólar escorregando e o humor do mercado

Na sexta-feira, a bolsa brasileira resolveu ficar no zero a zero. Nada de emoção, parecia aquele jogo de domingo chuvoso em que os dois times entram em campo só pra cumprir tabela. Enquanto isso, lá fora, as bolsas americanas também deram uma leve respirada pra baixo.

Mas o grande destaque foi o dólar, que caiu 0,35% frente ao real e fechou a R$ 5,39. Parece pouco? Não quando olhamos o acumulado do ano: uma queda de 12% da moeda americana contra o real. Isso é coisa pra caramba.

👉 Para quem gosta de viajar, importar eletrônicos ou comprar aquele vinho argentino, é uma bênção. Mas para o exportador brasileiro que depende de dólar mais caro pra ganhar competitividade, é um baita desafio.

E por que essa queda acontece? O Brasil segue com juros elevados, o que atrai capital especulativo lá de fora — afinal, a nossa Selic em dois dígitos é um paraíso para quem busca retorno sem muito risco. Some a isso a fraqueza global do dólar (um movimento mais estrutural, fruto de políticas americanas inflacionistas e do diferencial de crescimento entre economias) e pronto: real valorizado.

Só que… (e sempre tem um “só que” na economia) nem todo mundo está convencido de que essa festa vai durar.

2️⃣ Gestores cautelosos: será que o real foi longe demais?

Se você acha que gestor de fundo é só “comprar barato e vender caro”, pense de novo. Eles vivem num xadrez mental eterno, sempre imaginando o próximo movimento do adversário. E agora, muitos estão olhando pro real e pensando: será que já não valorizou demais?

📉 O dólar já derreteu 12% contra a nossa moeda em 2025. Isso pode parecer ótimo, mas também acende sinal amarelo: quando a corda estica muito, o risco de voltar rápido aumenta.

Há ainda um pano de fundo: o embate comercial entre EUA e Brasil, que voltou à tona com tarifas e retaliações. Isso pode reduzir o apetite de investidores internacionais em apostar pesado aqui.

E gestores não olham só o curtíssimo prazo. Eles enxergam o Brasil acumulando fragilidades:

  • Déficit nas contas externas subindo de 1% do PIB para 3,4%.

  • Déficit fiscal persistente, que é aquele buraco no caixa do governo.

  • E um dado simbólico: o Brasil deixou de ser credor líquido em dólar. Ou seja, nossas reservas de US$ 344 bilhões já não superam mais a dívida externa. Hoje, representam 94% dela.

Em português claro: se o real começar a desvalorizar de novo, não temos tanta gordura em reservas pra segurar a bronca.

Por isso, os gestores estão naquela vibe “devagar com o andor que o santo é de barro”. Melhor não exagerar nas apostas de valorização do real.

3️⃣ Brasil vulnerável: déficits e a paciência do Banco Central

Agora, vamos abrir essa caixa preta chamada contas externas. No ano passado, o déficit estava em 1% do PIB. Hoje, pulou pra 3,4%.

💸 Isso significa que o Brasil está gastando mais dólares do que recebendo. Importamos mais do que exportamos, enviamos mais dividendos e juros do que recebemos, e não há entrada de investimento estrangeiro direto suficiente pra equilibrar essa saída.

Tradicionalmente, o investimento estrangeiro direto — aquele que vem com fábrica, empresa, empregos — cobria esse buraco. Mas, nos últimos anos, ele tem minguado. Resultado: ficamos mais dependentes de dinheiro de curto prazo, que é aquele “capital turista”, sempre pronto pra ir embora ao menor sinal de problema.

E tem mais:

  • O déficit fiscal pressiona a percepção de risco.

  • As reservas, que eram nosso colchão, já não garantem a mesma segurança.

  • Um real mais valorizado barateia importações, mas pode prejudicar a balança comercial e ampliar ainda mais o déficit.

Diante disso, o Banco Central brasileiro olha o cenário e pensa: “Será que eu posso mesmo cortar os juros agora? E se eu corto, será que o real desvaloriza forte e acelera a inflação?”

Essa cautela explica por que a Selic ainda está alta. Não é apenas sadismo com quem paga juros no cartão de crédito, mas um cuidado pra não deixar o barco desandar.

4️⃣ Zelensky, Trump e a geopolítica no tabuleiro

Enquanto o Brasil briga com suas planilhas fiscais, o mundo ferve.

Pela primeira vez desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, Volodymyr Zelensky sinalizou que pode abrir mão de territórios ucranianos pra fechar acordo com a Rússia. É um movimento histórico. Até então, a narrativa era de “não cederemos um centímetro”.

Só que a realidade pesa: guerra longa, custos altos, população cansada e… pressão externa. Hoje, Zelensky se encontra com Donald Trump na Casa Branca. E se você conhece Trump, sabe que a palavra “pressão” não é exagero. Ele deve exigir concessões adicionais para encerrar o combate.

O impacto disso no mercado é direto: cada aceno de paz reduz tensões, mas também levanta dúvidas sobre como ficaria o equilíbrio geopolítico na Europa. E num mundo tão interligado, qualquer sopro vindo dessa guerra mexe com energia, commodities e, claro, moedas.

5️⃣ O ouro brilha como nunca: refúgio em tempos de caos

E no meio dessa tempestade, quem aparece como porto seguro? O velho e bom ouro.

✨ Em 2025, o metal já sobe quase 30% no ano. O motivo é um combo explosivo:

  • Guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.

  • Ambiente inflacionário global.

  • Tarifas americanas que aumentam a incerteza.

Na B3, o reflexo é claro: o volume negociado em ETFs de ouro saltou 133% só no primeiro semestre. O investidor brasileiro, que sempre preferiu imóveis, bolsa ou renda fixa, começa a olhar com carinho pro metal.

O ouro não gera dividendos, não paga juros. Mas ele tem uma vantagem que brilha mais do que qualquer Tesouro Selic: proteção em tempos de caos. É o seguro contra a incerteza, o ativo que não derrete quando o mundo pega fogo.

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Até amanhã