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- Café com seu dinheiro: 18/09/2025
Café com seu dinheiro: 18/09/2025
Na super-quarta, Brasil manteve juros altos, EUA cortaram, o real se valorizou, a Bolsa bateu recorde, enquanto a Argentina patinou e a China endureceu na guerra dos chips.
Resumo de hoje:
📈 Ibovespa bate recorde histórico com alta de 1%, embalado pelo corte de juros nos EUA e diferencial favorável ao Brasil.
💵 Real já acumula valorização de 14% no ano, sustentado pela SELIC em 15% contra juros menores nos EUA.
🏦 Fed corta 0,25pp, mas Powell adota tom cauteloso, enquanto no Brasil o COPOM mantém juros altos por bastante tempo.
🇦🇷 PIB argentino recua 0,1% no trimestre, com consumo em queda e pressão política crescente às vésperas das eleições.
🇨🇳 China proíbe big techs de comprarem chips da NVIDIA, reforçando disputa tecnológica e mostrando avanço dos chips locais.
Na super-quarta, tanto Brasil quanto EUA mexeram no tabuleiro dos juros: aqui, o COPOM manteve a SELIC em 15% e reforçou que ela deve continuar alta por bastante tempo, mesmo com inflação em queda e economia rodando forte (PIB em +3,5% nos últimos 12 meses e desemprego no menor nível da história). Já o Fed cortou 0,25pp, mas de forma dividida e com Powell deixando claro que vai seguir com cautela. Esse diferencial de juros aumentou a atratividade do Brasil para investidores, ajudou o real a se valorizar (já são 14% no ano) e deu fôlego extra ao Ibovespa, que bateu novo recorde histórico, acompanhando também o bom humor do Dow Jones após a decisão americana.
Enquanto isso, o resto do mundo trouxe sinais mistos: a Argentina amargou queda de 0,1% no PIB trimestral, reflexo do consumo em baixa, e a pressão política só cresce com eleições à vista. Já a China mostrou os dentes na guerra tecnológica, proibindo suas big techs (Tiktok, Alibaba) de comprarem chips da NVIDIA e afirmando que os modelos locais já estão no mesmo nível — um recado direto aos EUA de que a disputa não é só econômica, mas estratégica. O fio condutor é claro: juros moldam o fluxo de capitais, mas geopolítica e tecnologia ditam o rumo do tabuleiro global.
1️⃣ A Super-Quarta e a dança dos juros
Imagina que Brasil e EUA estão jogando um Fla-Flu de economia. ⚽ Enquanto o Brasil manteve sua defesa fechadinha com a SELIC em 15% (um verdadeiro ferrolho defensivo), os EUA resolveram dar uma recuada: o Fed cortou os juros em 0,25 ponto percentual.
➡️ E não foi unânime! Um diretor indicado por Trump queria um corte maior, de 0,5pp. O Trump, inclusive, está na arquibancada gritando: “Corta mais, juiz!”. Só que Powell, o técnico do Fed, segurou a onda e disse que a partida vai ser jogada lance a lance, reunião a reunião. Nada de dar show agora.
Aqui no Brasil, o COPOM fez discurso mais conservador ainda. A taxa fica alta “por bastante tempo”. Traduzindo pro português do botequim: pode esquecer redução de juros no curto prazo. O recado foi claro: enquanto a inflação não apontar firme para a meta de 3% e o mercado continuar aquecido, nada de afrouxar.
Pra você ter ideia:
PIB brasileiro cresceu 3,5% nos últimos 12 meses (IBC-Br).
Desemprego? No menor nível da história.
Real já valorizou 14% contra o dólar só em 2025.
Ou seja, cenário de economia forte, inflação ainda meio rebelde, e Banco Central sem pressa nenhuma de soltar o freio.
2️⃣ Ibovespa no topo do mundo 🏔️
Com esse clima, o Ibovespa resolveu bater recorde histórico de novo, subindo 1%. E não foi sozinho: lá fora o Dow Jones, aquele índice que reúne as grandonas industriais dos EUA, também brilhou com o corte de juros.
Sabe aquela sensação de quando a maré está boa e até quem não sabe nadar entra no mar? 🌊 Pois é, foi o que rolou. O gringo olha pro Brasil e vê:
Juros altíssimos (15%),
Moeda valorizando,
Atividade econômica firme.
Resultado? O estrangeiro traz dólar pra cá e compra Bolsa. Isso ajuda a empurrar o Ibov pro alto.
Mas calma: Bolsa é sempre emoção. Hoje sobe, amanhã pode cair. O importante é entender que a narrativa atual tá positiva pro Brasil. Diferencial de juros grande em relação aos EUA é como um ímã que atrai capital.
3️⃣ O real valente e o dólar cansado 💵
Se a SELIC está em 15% e lá fora os juros caem, o investidor global pensa: “Ué, vou colocar dinheiro no Brasil que rende mais”. É o famoso carry trade: pegar dinheiro barato em dólar e aplicar onde o juro paga mais.
Por isso o real segue firme. Já se valorizou 14% no ano. Pra você, mortal que pensa em viajar, a boa notícia é que o dólar fechou estável em R$ 5,30. Não é barato, mas já foi pior.
Agora, tem que lembrar: o dólar não depende só de juros. Se lá fora apertar o clima geopolítico, se Trump inventar moda na Casa Branca ou se a China fizer uma jogada diferente, pode mudar tudo.
4️⃣ Hermanos em apuros 🇦🇷
Enquanto a gente comemora recorde na Bolsa e moeda forte, os hermanos estão numa novela mais dramática. O PIB argentino recuou 0,1% no segundo trimestre frente ao trimestre anterior. Parece pouco, mas quando você olha o consumo caindo 1,1%, o recado é claro: a economia tá estagnada.
E olha que curioso: no comparativo anual, o PIB cresceu 6,3%. Só que esse número engana porque vem de uma base fraca do ano passado.
A pressão tá aumentando em cima do presidente argentino, principalmente depois de perder na província de Buenos Aires, que concentra 40% dos eleitores. E em outubro tem eleição pro Congresso. Ou seja: clima de tensão, consumo fraco e política fervendo.
5️⃣ A guerra dos chips e a jogada chinesa 🇨🇳🤖
Pra fechar, vamos olhar pra China. O governo proibiu as gigantes de tecnologia de comprar chips de inteligência artificial da NVIDIA.
Por quê? Simples: as autoridades avaliaram que os chips chineses já estão no mesmo nível de desempenho dos modelos que a NVIDIA ainda pode vender pra eles. É tipo dizer: “Obrigado, mas agora a gente joga sozinho”.
Isso é um recado direto pros EUA: a disputa tecnológica está cada vez mais quente. Chips são o petróleo do século XXI. Quem dominar essa parada, domina o futuro da economia digital.
E claro, essa decisão pode balançar o mercado global de tecnologia, que já anda nervoso com restrições de comércio e disputa de hegemonia.
🔗 Conectando os pontos
Olha como tudo se amarra:
O Fed corta juros e deixa o dólar mais fraco.
O Brasil segura a SELIC em 15%, o que valoriza o real e atrai fluxo pra Bolsa.
Ibovespa bate recorde, embalado pelo cenário externo e interno.
Enquanto isso, a Argentina sofre com estagnação, mostrando o contraste regional.
E a China puxa a disputa global dos chips, lembrando que o jogo não é só financeiro, mas também tecnológico e estratégico.
Moral da história: o mundo tá num xadrez gigante, e cada decisão de juros, cada PIB divulgado e cada medida de política industrial mexe com as peças.
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Até amanhã