Resumo de hoje:

  • 💹 Bolsas em alta, Tesouro em alerta: Ibovespa sobe, dólar cai, mas juros longos disparam com medo fiscal.

  • 💡 O fim da CPA-10, CPA-20 e CEA: ANBIMA vai mudar tudo no mercado financeiro em 2026

  • 🏦 Risco fiscal domina o enredo: governo gasta mais, dívida cresce e o mercado exige prêmio maior.

  • 🧨 Ambipar e o alerta corporativo: pedido de proteção judicial reacende o medo do risco Brasil.

  • 💰 Banco Central no lucro: swaps cambiais rendem R$121 bi e aliviam o custo da dívida.

  • 💎 Roubo no Louvre: joias levadas em 7 minutos lembram que até a confiança precisa de segurança.

O mercado terminou a semana de bom humor: bolsas em alta (Ibovespa +0,84%), dólar em queda (R$ 5,40) e otimismo no ar. Mas, por trás do sorriso, o Tesouro IPCA+ gritou “socorro”, com os juros longos subindo de 7,02% para 7,98% + inflação — um sinal de que o investidor não acredita no compromisso do governo com o controle da dívida pública. Enquanto o Banco Central segura a Selic em 15%, o governo flerta com o limite inferior das metas fiscais e retira despesas do cálculo. Resultado: o país paga mais caro pra se financiar, mesmo com cenário global favorável. Pra piorar, casos como o pedido de proteção da Ambipar e as dúvidas sobre Braskem e Raízen deixaram o investidor estrangeiro ainda mais cauteloso com o risco Brasil.

Em meio à desconfiança, o Banco Central virou o “trader do ano”, lucrando R$ 121 bi com swaps cambiais após a queda de mais de 10% do dólar no ano — o que alivia quase 10% dos juros da dívida. Mas o alívio é contábil, não estrutural. No lado simbólico, o roubo cinematográfico no Louvre, que perdeu joias históricas em apenas 7 minutos, lembrou que nem o museu mais famoso do mundo está imune ao risco. Assim como o Louvre precisa reforçar sua segurança pra manter o valor de suas obras, o Brasil precisa reforçar sua credibilidade fiscal pra manter o valor da sua moeda e da confiança do investidor.

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💡 O fim da CPA-10, CPA-20 e CEA: ANBIMA vai mudar tudo no mercado financeiro em 2026

Imagine que você trabalhe em uma instituição financeira. É 2026.

Você chega pra trabalhar e descobre que suas certificações, caso tenha CPA-10, CPA-20 e/ou CEA, acabaram de “virar passado”. O sistema da ANBIMA mudou. Agora só vale quem tiver as novas certificações CPA, C-Pro R e C-Pro I, mais práticas, técnicas e com validade internacional.

O problema?

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Enquanto o mercado ainda tenta entender o novo formato, a T2 já preparou cursos com base nas novas exigências da ANBIMA, além de garantir a migração gratuita para o novo modelo para todos os alunos que adquirirem nossos preparatórios durante o mês de outubro.

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💹 As bolsas sorriram, mas o Tesouro franziu a testa

Sexta-feira foi um daqueles dias que o investidor gosta de ver na tela: Ibovespa +0,84%, S&P 500 +0,5% e dólar em queda de 0,8%, a R$5,40.
Tudo bonito, clima de otimismo no ar, aquele “bull market” tímido tentando dar as caras.

Mas, enquanto as ações subiam, um ativo importantíssimo não embarcou nessa vibe: o Tesouro IPCA+.
O papel com vencimento em 2032, o termômetro da confiança fiscal, viu o rendimento subir de 7,02% para 7,98% + inflação no ano. Pra quem é novo no papo: quanto maior o juro de um título público, maior o prêmio que o mercado exige pra confiar no governo.

👉 E o recado é claro: os investidores não estão comprando o discurso de responsabilidade fiscal.

O governo tem flertado com o limite inferior das metas, retirando itens do cálculo e, na prática, passando a mensagem de que o “controle da dívida” é um objetivo… aspiracional. E o Banco Central, por sua vez, segura a Selic em 15%, mesmo com a inflação cedendo.

Resultado: a renda fixa longa, que deveria estar sorrindo, está com cara de quem viu o cartão de crédito virar o mês sem pagar a fatura.

Tradução pra vida real: o país pode estar com o dólar mais baixo e a bolsa subindo, mas o custo de se financiar continua caríssimo.
E isso, no fundo, é um retrato de desconfiança.

🏦 O risco fiscal é o novo “vilão da novela”

Sabe aquele personagem que aparece em todos os capítulos, sempre causando, mesmo quando ninguém quer mais ver?
Pois é. No Brasil, esse personagem se chama “risco fiscal”.

A dívida pública já ultrapassa R$ 6,8 trilhões, e o governo continua gastando mais do que arrecada. A conta, no fim, vai pra onde? Pro juro. Quanto mais dívida, mais caro o Tesouro precisa pagar pra atrair quem empresta. E o ciclo vira um cachorro correndo atrás do próprio rabo: dívida alta → juros altos → mais dívida pra pagar juros → menos espaço pra investir → economia andando de lado.

O curioso é que a fotografia macro parece ótima: dólar em queda, bolsa com fluxo estrangeiro positivo, e inflação controlada. Mas o roteiro fiscal vai empurrando a confiança pra baixo e o Tesouro IPCA+ virou o “detector de mentira” do mercado. Quando o governo fala que está comprometido com o equilíbrio das contas, o IPCA+ responde com um: “aham, sei…”

🧨 Ambipar, Braskem e Raízen: o trio que botou estrangeiro em alerta

Enquanto o Tesouro apanhava em silêncio, um outro barulho ecoava nas mesas de Nova York e Londres: o pedido de proteção judicial da Ambipar.

A empresa, que chegou a ser um case de ESG e reciclagem de resíduos, caiu mais de 98% na bolsa e pediu proteção contra credores, inclusive estrangeiros. Isso acendeu um alerta entre os gringos: se até empresas “verdes”, que surfaram na moda do capital sustentável, estão com o caixa vazio, será que o risco corporativo brasileiro está subindo de novo?

E não é só ela: Braskem (em meio à novela de Alagoas) e Raízen (pressionada pelo açúcar e etanol) também levantam sobrancelhas. O combo virou um lembrete de que o Brasil ainda é um país que assusta quem empresta em dólar.

Pra quem acha que isso não tem nada a ver com a vida real:
➡️ menos confiança → menos crédito → menos investimento → menos emprego → menos crescimento.
É o tipo de dominó que começa no mercado e termina no bolso.

💰 Banco Central, o trader do ano

Enquanto muita empresa sofre, o Banco Central teve um 2025 digno de prêmio de performance.
Com a valorização do real frente ao dólar (queda de mais de 10% no ano), as posições de swap cambial do BC renderam R$ 121 bilhões de lucro.

Pra quem não está familiarizado: swap cambial é como se o BC vendesse “seguro de dólar” pro mercado.
Quando o dólar cai, quem comprou o seguro perde e o BC ganha.

Esse ganho ajuda a reduzir quase 10% do custo anual dos juros da dívida pública, que gira na casa de R$ 1,1 trilhão. Ou seja, enquanto o Tesouro apanha na renda fixa longa, o BC alivia a conta dos juros com lucro cambial.

Mas, calma: não é um dinheiro que o governo pode “gastar”.
É contábil, uma compensação dentro do caixa público. Ainda assim, dá um respiro simbólico e um argumento pra quem diz que “o Brasil não tá tão mal assim”.

💎 O roubo no Louvre e a ironia do risco

E já que falamos de risco, vamos à cereja cultural da semana:
🎨 o Museu do Louvre, em Paris, foi roubado.
Um grupo invadiu o local e levou joias históricas em apenas 7 minutos, logo após a abertura ao público.

O caso é o primeiro grande roubo desde 1911, quando a própria Monalisa foi levada (e recuperada anos depois). Hoje o museu abriga mais de 600 mil obras, avaliadas em US$ 45 bilhões, e recebe 8 milhões de visitantes por ano.

O episódio tem algo de simbólico: nem o Louvre está imune a risco.
Assim como o Brasil tenta blindar seu mercado da desconfiança fiscal, o museu mais famoso do mundo descobriu que segurança é uma ilusão cara.

No fundo, é a mesma lógica:
➡️ quanto mais valioso o ativo, mais ele precisa investir em credibilidade.
No Louvre, isso é segurança e vigilância.
No Brasil, é superávit e responsabilidade fiscal.
Nos dois casos, se vacilar, alguém “leva” — seja um diamante ou a confiança do investidor.

☕ Conclusão: “Entre o Louvre e o Tesouro”

O Brasil está vivendo uma dicotomia curiosa: de um lado, a bolsa sorrindo, o dólar caindo e o Banco Central lucrando. De outro, o Tesouro sangrando, o risco fiscal crescendo e o investidor de olho no prejuízo.

A Ambipar mostra que a confiança pode evaporar rápido.
O BC mostra que, mesmo num cenário de incerteza, há como ganhar jogando certo.
E o Louvre lembra que não existe ativo 100% seguro: nem uma joia, nem um país.

A moral da história?
O dinheiro, assim como a arte, só tem valor enquanto alguém acredita nele.
E pra manter essa crença, o governo precisa cuidar da sua “exposição”: fiscal, institucional e moral.

Porque, no fim do dia, o investidor é como o visitante do Louvre:
entra encantado, paga caro pra ver algo valioso…
mas, se sentir que o alarme tá desligado, sai correndo antes que o quadro caia da parede. 🎭💸

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Até mais tarde!

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