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Café com seu dinheiro: 23/06/2025
"Um herói é alguém que caminha voluntariamente para o desconhecido." - Tom Hanks
Resumo de hoje:
🌍 Quando o petróleo ferve, o planeta balança — e os mercados disparam o alarme
💸 Em meio ao caos externo, o Brasil sentiu a pancada — e os ativos responderam
🔮 A moeda americana como termômetro — e o IPCA como farol
O mundo acordou em alerta máximo. Enquanto muita gente aproveitava o fim de semana para descansar, os Estados Unidos decidiram mudar o curso da história: atacaram, sem aviso, instalações nucleares do Irã, mergulhando o planeta num novo nível de tensão. O petróleo respondeu no mesmo instante — subiu mais de 20% só em junho, arrastando consigo as ações da Petrobras, que já acumulam 12% de alta no mês.
Mas o que realmente tirou o sono dos investidores foi o risco do Irã fechar o Estreito de Ormuz, por onde passa 1 a cada 5 barris consumidos no mundo. A ameaça de um novo choque do petróleo, como os que causaram inflação global e recessões nos anos 70, deixou os mercados em estado de nervos. Para piorar, Donald Trump reapareceu com sua verve explosiva, sugerindo publicamente a troca de regime no Irã — e reacendendo o pavio da crise.
Por aqui, o Ibovespa despencou 1,15%, refletindo o medo lá de fora e a bagunça fiscal cá dentro. Mas nem tudo é caos: com o dólar mais comportado e o real ganhando força, economistas enxergam uma chance real de o Banco Central cortar os juros ainda este ano.
Em meio à confusão, o investidor brasileiro age com desconfiança — e a previdência privada sentiu o golpe: só em junho, foram R$ 4,5 bilhões resgatados, numa corrida motivada pelo temor de novos impostos. Enquanto isso, o Bitcoin observava tudo do alto, sem grandes oscilações. A pergunta que fica é: o que acontece quando geopolítica, petróleo, política fiscal e juros se misturam? A resposta, como sempre, está nos preços — e nas entrelinhas.
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🌍 Quando o petróleo ferve, o planeta balança — e os mercados disparam o alarme
Se você aproveitou o fim de semana para relaxar e se afastar do noticiário, talvez não tenha percebido a magnitude dos acontecimentos. Os Estados Unidos entraram de maneira direta no confronto entre Irã e Israel, e o fizeram de forma contundente: atacaram bases nucleares iranianas ainda na madrugada de domingo, sem qualquer tipo de notificação. A escalada da crise não foi apenas um ato bélico — foi um recado claro ao mundo de que a tensão no Oriente Médio pode se transformar em um problema de escala global. E a resposta dos mercados foi imediata: o barril de petróleo disparou, alcançando o patamar mais elevado dos últimos cinco meses.
Somente nas últimas semanas, o avanço acumulado no valor do petróleo já supera 20%, evidenciando o receio de um colapso no fornecimento global da commodity. E, como era de se esperar, isso impulsionou os papéis de empresas do setor de energia. A Petrobras, que vinha cambaleando nos últimos meses, teve uma reviravolta e já valoriza 12% em junho. Para os investidores, o papel da estatal tem servido como escudo em tempos de instabilidade — afinal, com o petróleo mais caro, seus lucros tendem a crescer.
Só que o mercado financeiro não vive só de números e gráficos. Ele também é sensível aos riscos geopolíticos e institucionais. E o foco atual está sobre um ponto estratégico: o Estreito de Ormuz. O parlamento iraniano aprovou o fechamento dessa rota, que é responsável por cerca de 20% do transporte de petróleo no planeta. Caso o aiatolá Ali Khamenei confirme a medida, o impacto sobre o equilíbrio da oferta global será enorme — e os efeitos serão sentidos em escala mundial. Não seria algo inédito: nos episódios de 1973 e 1979, o mundo enfrentou dois grandes choques do petróleo, com aumentos de 300% e 200% nos preços, que resultaram em inflação descontrolada, retração econômica e mudanças estruturais nas matrizes energéticas de várias nações.
E como se tudo isso não bastasse, Donald Trump reapareceu com sua verve provocadora, inflamando ainda mais o debate internacional. Em uma postagem, disparou:
"Se não é politicamente correto falar em troca de governo, por que manter um regime que não consegue tornar o Irã grande novamente? MIGA: Make Iran Great Again!"
A declaração foi vista como um reforço da linha dura norte-americana — e um indicativo de que qualquer solução diplomática parece cada vez mais distante.
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💸 Em meio ao caos externo, o Brasil sentiu a pancada — e os ativos responderam
Com todo esse cenário nebuloso, os investidores brasileiros preferiram adotar uma postura cautelosa. O Ibovespa, principal indicador da B3, cedeu 1,15% e fechou o dia aos 137.116 pontos. A queda refletiu tanto o temor em relação aos desdobramentos do Oriente Médio quanto a falta de direção clara na política econômica nacional, marcada por dúvidas sobre tributos e responsabilidade fiscal.
Lá fora, o sentimento não foi muito diferente. O S&P 500, índice que mede o desempenho das maiores companhias dos EUA, teve retração de 0,22%, refletindo um ambiente de maior aversão ao risco. Muitos investidores internacionais estão redirecionando recursos para ativos considerados mais seguros, como ouro e títulos do Tesouro norte-americano.
O dólar, por sua vez, teve uma sessão morna, com leve variação, encerrando em R$ 5,51. Mas, por trás dessa estabilidade aparente, os especialistas observam um movimento relevante: caso o real continue ganhando força frente à moeda americana, isso pode contribuir para uma desaceleração da inflação doméstica. E uma inflação mais comportada abre espaço para o Banco Central começar a reduzir a taxa básica de juros ainda este ano — cenário que anima os setores produtivos e os mercados de ações.
Enquanto isso, o Bitcoin, sempre imprevisível, não saiu do lugar. Nem subiu, nem caiu. Apenas esperou os próximos passos do roteiro global. O sentimento no mercado de criptoativos também é de atenção redobrada e de espera.
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📊 Investidores puxam o freio na previdência privada — e o setor sente o impacto
Em meio às tensões internacionais, um dado interno chamou a atenção de quem acompanha os fluxos de capital no Brasil: os planos de previdência privada vêm sofrendo fortes saídas de recursos. No acumulado do ano, já foram resgatados R$ 8,9 bilhões, sendo que quase metade desse valor saiu apenas em junho.
O principal motivo é a proposta de tributação via IOF, que pode passar a incidir inclusive sobre planos tradicionais como VGBL e PGBL. Diante da incerteza, muitos poupadores preferiram antecipar os saques, mesmo que tenham que arcar com impostos agora, em vez de arriscar uma tributação ainda maior no futuro.
Esse movimento revela um ponto sensível: a previsibilidade nas regras fiscais é vital para o investimento de longo prazo. Quando há dúvida sobre a estabilidade jurídica dos produtos financeiros, o investidor recua — e o sistema como um todo sente.
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🔮 A moeda americana como termômetro — e o IPCA como farol
Entre tantos fatores que influenciam o mercado atualmente, o comportamento do dólar passou a ocupar o centro do radar. De acordo com projeções dos economistas, uma queda sustentada do dólar pode acelerar o alívio inflacionário no Brasil.
Para cada recuo de 3,5% na moeda americana, o IPCA tende a baixar cerca de 0,2 ponto percentual, segundo estimativas de casas econômicas. O último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, já reflete essa expectativa: a inflação projetada para dezembro caiu para 5,24%, contra 5,50% no mês anterior. E caso o dólar atinja níveis próximos de R$ 5,00, como alguns bancos preveem, a inflação pode inclusive ficar abaixo de 5%, se aproximando do teto da meta oficial de 3%, que permite até 1,5 ponto de tolerância.
Esse possível alívio na inflação fortalece a expectativa de cortes nos juros, o que traria fôlego adicional para empresas, consumidores e para a economia em geral. Ou seja, mesmo diante de um cenário externo carregado de incertezas, há um fio de esperança — e ele passa pela valorização da nossa moeda.
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Até amanhã