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Café com seu dinheiro: 23/09/2025
Enquanto o mundo surfou no otimismo da tecnologia, o Brasil tropeçou em turbulências políticas, com Cosan em queda, sanções dos EUA e Embraer decolando.
Resumo de hoje:
📉 Mercado local pressionado – Ibovespa caiu 0,50% e dólar subiu 0,33% com protestos contra a PEC da Blindagem e sanções dos EUA.
🌍 Assembleia da ONU – líderes globais discutem guerras, fome e tecnologia em um dos momentos mais tensos em 80 anos.
🏭 Cosan em queda – ações despencaram 18% após capitalização de R$10 bi, mas operação reduz dívida em R$1,5 bi ao ano.
🤖 NVIDIA e OpenAI – gigante dos chips vai investir US$100 bi em data centers de IA, puxando bolsas americanas.
✈️ Argentina e Embraer – Milei busca apoio dos EUA e Embraer fecha venda histórica de 74 aeronaves para a Latam.
Ontem o mercado brasileiro destoou do cenário internacional: enquanto bolsas americanas batiam recordes embaladas por tecnologia e pela força da NVIDIA, o Ibovespa caiu 0,50% e o dólar subiu 0,33%. O motivo foi o noticiário político pesado: protestos com forte adesão contra a PEC da Blindagem e a escalada de tensões após os EUA ampliarem sanções a autoridades brasileiras — atingindo até a esposa do ministro Alexandre de Moraes. O pano de fundo foi a abertura da Assembleia da ONU, em meio a guerras, fome e avanços tecnológicos acelerados, deixando o investidor ainda mais cauteloso com o Brasil.
No mundo corporativo e regional, o dia foi cheio: a Cosan despencou 18% após uma capitalização de R$10 bi, que embora dilua acionistas, fortalece a empresa ao reduzir o pagamento de juro da dívida em R$1,5 bi por ano e sinaliza sucessão de Rubens Ometto. Já lá fora, a NVIDIA anunciou investimento de US$100 bi na OpenAI, impulsionando as bolsas. Nos vizinhos, a Argentina ganhou fôlego com promessa de apoio americano e encontro entre Trump e Milei. E, para fechar em tom positivo, a Embraer venceu a Airbus e fechou venda de 74 aviões para a Latam, reafirmando sua força global.
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1. Política & Mercados: o nó que trava o samba 🎭
Aqui no Brasil, a economia até pode estar tentando dançar no ritmo global, mas sempre aparece um nó político que derruba a coreografia. Ontem foi a adesão maior do que o esperado nos protestos contra a PEC da Blindagem no final de semana. Para o mercado, isso significa risco institucional.
Pensa no investidor como um sujeito avesso a confusão. Ele não gosta de barulho político porque não sabe no que vai dar. Se a PEC passa, pode afetar a independência de certas instituições. Se não passa, pode gerar mais briga entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Em ambos os casos, ele vê turbulência.
E ainda teve tempero extra: sanções dos EUA contra autoridades brasileiras, atingindo até a esposa de Alexandre de Moraes. A “Lei Magnitsky” é como se fosse o cartão vermelho da diplomacia americana: congela bens, impede transações e manda o recado de que “não estamos gostando do que vocês estão fazendo”. Isso gera receio de escalada — será que vem mais?
📉 Resultado: Ibovespa caiu, dólar subiu, e o clima foi de tensão, mesmo com o cenário global positivo.
2. ONU e o mundo em ebulição 🌍🔥
Enquanto o Brasil patinava, a Assembleia Geral da ONU começou com ares de reality show em temporada turbulenta. O encontro reúne líderes globais em um dos momentos mais tensos em 80 anos: guerras rolando, fome aumentando em países pobres e uma revolução tecnológica que avança mais rápido do que a capacidade de governos entenderem como lidar com ela.
A presença de Lula em Nova York, no mesmo momento em que os EUA anunciaram sanções contra autoridades brasileiras, não foi coincidência política — foi recado direto. A diplomacia virou palco de batalha: de um lado, os EUA endurecendo; de outro, o Brasil tentando se equilibrar entre interesses internos e externos.
Esse contexto global importa porque o investidor estrangeiro olha para países emergentes como o Brasil com uma lente ainda mais crítica em tempos de instabilidade. “Se o mundo já tá confuso, vou botar meu dinheiro onde a regra do jogo é mais clara”, pensam eles.
🌐 Moral da história: não basta só olhar para a Selic ou para a inflação local. Política internacional também pesa, e muito, no bolso do investidor brasileiro.
3. Cosan: Ometto, capitalização e sucessão 💼
Se no campo político a confusão impera, no mundo corporativo tivemos um capítulo importante. As ações da Cosan despencaram 18% após uma capitalização de R$10 bilhões, ancorada pelo BTG Pactual e a Perfin.
“Ué, Rian, se entrou dinheiro, não era pra subir?” 🤔
Explico: sim, a empresa melhorou sua saúde financeira — vai reduzir o endividamento e economizar R$1,5 bilhão por ano em juros. Só que essa capitalização dilui a participação dos atuais acionistas. É como se você tivesse 10 fatias de pizza, e de repente a pizzaria resolve vender mais 5 fatias para novos clientes. Sua parte continua a mesma em número, mas representa menos do todo. O mercado detesta diluição no curto prazo.
Mas tem mais: Rubens Ometto, dono da Cosan, está com 75 anos e já começa a preparar a sucessão. Suas filhas não estão no negócio, mas ele costurou um acordo que garante sua cadeira de presidente do conselho até 2031. Ou seja, está pavimentando a estrada para que a Cosan sobreviva sem depender só dele.
📊 O que o investidor precisa enxergar: a queda das ações é efeito de curto prazo. No médio e longo prazo, a capitalização dá fôlego para a empresa, reduz dívida e abre espaço para novos movimentos estratégicos.
4. NVIDIA, OpenAI e o futuro de US$100 bilhões 🤖💰
Do lado de fora, o show foi tecnológico. A NVIDIA, gigante dos chips, subiu 4% após anunciar que vai investir nada menos que US$100 bilhões na OpenAI (a dona do ChatGPT, esse que vos fala 👋).
Esse dinheiro vai para construir data centers capazes de processar inteligência artificial em escala absurda — falamos de capacidade de 10 gigawatts, algo comparável à energia de uma usina nuclear.
Pra você entender: a NVIDIA virou o que a Petrobras já foi no Brasil nos anos 2000 — a empresa que guia o mercado. Só que, em vez de petróleo, o que ela extrai é poder computacional. O investidor aposta que a IA vai mudar radicalmente indústrias, empregos, comunicação… e quem fornece a “pá e picareta” dessa corrida do ouro (os chips) é a NVIDIA.
📈 Reflexo imediato: as bolsas americanas renovaram máximas. O mundo pode estar pegando fogo em termos políticos, mas enquanto a IA promete lucros gigantes, Wall Street segue embalada.
5. Argentina, Latam e Embraer: turbulências e decolagens ✈️
Do outro lado da fronteira, a Argentina vive um drama: peso desvalorizado, ativos caindo e economia em frangalhos. Mas ontem veio uma luz: o secretário do Tesouro dos EUA disse que todas as opções estão na mesa para apoiar o país. Isso, somado ao anúncio de que Trump se reunirá com Milei em Nova York, fez o mercado argentino respirar.
🇦🇷 A cena é quase de novela: um presidente excêntrico (Milei), um aliado de peso (Trump) e a promessa de ajuda financeira num momento crítico. O investidor argentino, que estava desesperado, aproveitou para dar um suspiro.
Enquanto isso, no Brasil, a Embraer brilhou. A Latam fechou a compra de 74 aeronaves, sendo 24 já confirmadas no valor de US$2,1 bilhões. A brasileira venceu a Airbus, o que mostra competitividade num mercado global dominado por gigantes. É o maior movimento estratégico da Latam desde a fusão LAN-TAM.
✈️ Essa notícia é simbólica: enquanto a política traz incerteza, a indústria mostra força. A Embraer se posiciona como player global relevante, e isso significa empregos, exportações e tecnologia made in Brazil.
Conclusão: O Brasil entre o samba e a bossa nova 🎷
O dia foi de contrastes: lá fora, tecnologia e diplomacia movimentando mercados; aqui, política travando o ritmo. Tivemos Cosan ensaiando um novo ato, NVIDIA e IA explodindo de otimismo, a Argentina tentando sobreviver e a Embraer mostrando que o Brasil pode, sim, ser protagonista em setores estratégicos.
No fim das contas, o recado é simples:
👉 Investir não é só olhar número. É entender que por trás do sobe e desce da bolsa tem histórias de poder, sucessão, diplomacia e inovação. É como o samba: às vezes desafina, mas no conjunto da obra, a música continua.
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Até amanhã