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Café com seu dinheiro: 25/08/2025
Powell animou mercados com promessa de corte de juros, mas enquanto empresas lucram, famílias seguem sufocadas em dívidas e a geopolítica mantém riscos no ar
Resumo de hoje:
🔔 Jackson Hole: Powell sinaliza cortes de juros e mercados disparam.
📊 Empresas brasileiras: lucros dobram no 2º tri, mas riscos à frente preocupam.
🏦 Famílias endividadas: 27,8% da renda comprometida e inadimplência em alta.
🍤 Tarifas de Trump: protecionismo encarece alimentos e pesa no bolso do consumidor.
🚀 Geopolítica: troca de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia não impede ataques com drones.
Powell deu um presente pros mercados em Jackson Hole: um discurso bem mais flexível, que abriu espaço pra pelo menos dois cortes de juros nos EUA até o fim do ano. Isso bastou pra animar bolsas no mundo todo, incluindo o Ibovespa, que subiu 2,5%, e derrubar o dólar pra R$5,42. Por aqui, as empresas brasileiras surfaram resultados fortes no segundo trimestre, com lucros agregados dobrando pra R$56 bilhões e receitas batendo R$1 trilhão. O detalhe é que boa parte desse ganho veio de redução de despesas financeiras, não só de crescimento real. E os analistas já estão de olho: tarifas externas, sanções e possível desaceleração podem tirar o brilho dessa foto bonita.
Ao mesmo tempo, a vida real das famílias não tem nada de festa. O Banco Central mostrou que quase 28% da renda já está comprometida com dívidas, inadimplência de pessoas físicas bateu 6% e, se a economia der uma esfriada, o choque pode ser pesado. Nos EUA, o protecionismo de Trump pressiona preços — 90% do camarão consumido lá é importado, e as tarifas jogam a conta no consumidor. No cenário geopolítico, Rússia e Ucrânia trocaram prisioneiros, mas drones continuam voando, lembrando que paz ainda é miragem. No resumo, o mercado dança ao som de Powell, empresas comemoram, mas famílias e consumidores carregam o peso — um lembrete de que nem sempre bolsa em alta significa economia tranquila.
1️⃣ O “banho de esperança” que veio de Jackson Hole 🌎💸
Imagina aquele momento em que o professor mais carrancudo da escola resolve dar uma piscadinha simpática e a turma inteira acha que vai ter recreio extra. Foi mais ou menos isso que rolou em Jackson Hole, o simpósio de banqueiros centrais mais famoso do planeta, quando Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (o “BCzão” dos EUA), resolveu mudar o tom do discurso.
Até semana passada, Powell parecia um técnico de futebol retranqueiro: “juros vão continuar altos, não tem moleza, a gente precisa segurar a inflação”. Mas em Jackson Hole, ele soltou algo do tipo: “olha, talvez já esteja na hora de pensar em cortar os juros, porque os riscos estão mudando de lado”.
🔑 Tradução: a inflação já deu aquela esfriada, a economia americana continua de pé, e agora o perigo maior pode ser manter o juro alto demais por muito tempo, travando crescimento e emprego.
🎯 Impacto imediato?
As bolsas mundo afora deram aquele sprint de felicidade: Ibovespa subiu 2,5% só na sexta-feira.
O dólar caiu 1%, fechando a R$ 5,42.
O mercado já precifica dois cortes de juros nos EUA até o fim do ano, com taxa saindo de 4,25%-4,50% para algo mais “friendly”.
Ou seja: o recado de Powell não foi só uma piscadinha. Foi quase um convite pro baile. E os investidores, que andavam tensos, caíram na dança.

2️⃣ Brasil no embalo: empresas bombando, mas com “poréns” 📊🇧🇷
Se lá fora a festa foi animada, aqui dentro a banda também tocou alto. O resultado das empresas brasileiras no 2º trimestre foi muito melhor que o esperado.
📌 Dados do Valor Econômico:
Foram analisadas 386 empresas não financeiras.
O lucro agregado mais que dobrou em um ano: R$ 56 bilhões.
As receitas subiram 9,6%, batendo R$ 1 trilhão.
Mas calma lá: não foi só porque o consumo interno está quente e algumas exportadoras surfaram a recuperação das commodities. Grande parte do “pulo” nos lucros veio de um fator contábil: redução de despesas financeiras. Com menos custos com dívida, o resultado aparece mais bonito.
🎭 É tipo aquele amigo que chega sorridente dizendo que ficou rico… mas na real, foi só porque renegociou as parcelas do carro. Não é ruim, mas não dá pra achar que vai se repetir todo mês.
📉 Analistas já ligaram o alerta:
A economia pode desacelerar à frente.
Tarifas impostas pelos EUA e possíveis sanções atrapalham exportadores.
A “foto” do trimestre foi ótima, mas o “filme” pode ter cenas mais tensas.

3️⃣ Famílias no sufoco: dívida e inadimplência 😬🏦
Enquanto empresas estão brindando os bons resultados, as famílias brasileiras estão com a corda no pescoço.
📌 Dados do Banco Central:
27,8% da renda das famílias está comprometida com serviço da dívida (juros + amortização).
É quase recorde histórico!
Inadimplência entre pessoas físicas: 6%.
Isso tudo com desemprego em nível baixo.
⚠️ O perigo: se a economia der um “pouso turbulento” e o desemprego subir, o choque pode ser feio. Famílias que já estão endividadas até o pescoço podem não aguentar mais parcelas.
💡 Imagina uma família que já compromete quase 30% da renda com dívida. A geladeira quebra, o filho pede material escolar, e ainda vem um aumento no plano de saúde… fica inviável. É por isso que economistas estão preocupados: o consumo pode arrefecer e virar freio pro PIB.
Ou seja, enquanto a B3 comemora lucros recordes, a vida real da classe média continua apertada.

4️⃣ Trump, tarifas e a conta que sobra no prato do americano 🍤🇺🇸
Agora vamos dar um pulo pros EUA, porque o “tarifaço” de Trump ainda rende capítulo.
As tarifas impostas pelo ex-presidente — e mantidas em vários casos — estão batendo forte no bolso do consumidor americano. E adivinha? As próprias empresas americanas estão pedindo isenção.
📌 Situação atual:
1/5 dos alimentos consumidos nos EUA é importado.
85% do consumo de frutos do mar depende de importação.
90% do camarão vem de fora (quase todo da Ásia).
Ou seja: não adianta querer produzir camarão no Texas, porque não rola escala. Resultado? A tarifa encarece o produto, as empresas repassam o custo, e quem paga é o consumidor.
📉 Isso vira inflação no prato do americano.
📈 Empresas vão até o governo pedir “isenções específicas”, mas fazem isso de forma fragmentada, sem contestar a política como um todo.
O dilema é: Trump bate no peito dizendo que está “protegendo empregos americanos”, mas na prática está encarecendo a vida do cidadão. É como se o remédio tivesse mais efeito colateral que a doença.

5️⃣ Geopolítica: paz distante, drones voando 🚀🇷🇺🇺🇦
E no tabuleiro global, tivemos um capítulo curioso. Rússia e Ucrânia trocaram quase 150 prisioneiros de guerra, em um movimento que parecia sinal de abertura para negociações de paz — lideradas, pasme, pelo próprio Trump.
Mas calma: troca de prisioneiros não significa cessar-fogo. Tanto que, no dia seguinte, a Ucrânia lançou ataque com drones.
📌 O que isso significa pro mercado?
Qualquer sinal de distensão na guerra tende a baixar o preço das commodities energéticas e agrícolas.
Mas, enquanto os drones voarem, os investidores seguem cautelosos.
A guerra, mesmo sem escaladas brutais nos últimos meses, continua sendo um risco global de primeira linha.
🎬 Conectando os pontos: o filme todo
👉 Lá fora, Powell deu um presente pros mercados e reacendeu o otimismo.
👉 Aqui dentro, empresas surfaram resultados fortes, mas com riscos no radar.
👉 Enquanto isso, as famílias brasileiras vivem sufoco com dívidas, podendo ser o “calcanhar de Aquiles” da economia.
👉 O protecionismo americano segue encarecendo a vida do consumidor.
👉 E, no pano de fundo, a geopolítica lembra que a calmaria pode ser só aparente.
O resumo da ópera: estamos numa fase em que mercados dançam com Powell, empresas comemoram, mas famílias apertam o cinto e governos brincam de tarifa e guerra. Quem investe precisa entender que a festa da bolsa pode não refletir o aperto da vida real.
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Até amanhã