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Café com seu dinheiro: 25/09/2025
Dólar dispara, Petrobras salva o Ibov, Senado arquiva PEC, Argentina pede ajuda e Cosan reage.
Resumo de hoje:
📈 Dólar dispara após falas cautelosas do Fed
⛽ Petrobras salva o Ibov com alta do petróleo
🏛️ Senado arquiva a PEC da blindagem após protestos
🇦🇷 Argentina pede ajuda aos EUA com linha de swap
💸 Cosan reage após anúncio de capitalização
Ontem foi um dia de mercado meio sem graça no Brasil, com o Ibovespa subindo apenas 0,05% para renovar máxima histórica, enquanto as bolsas americanas caíram em torno de 0,2%. Quem roubou a cena foi o dólar: subiu 0,6% contra moedas globais e quase 0,9% frente ao real, após falas cautelosas de Jerome Powell, presidente do Fed, sobre cortes de juros. Ainda assim, o mercado segue projetando dois cortes até o fim do ano. No pregão, a Petrobras brilhou com alta de 2,26% puxada pela valorização do petróleo após queda dos estoques nos EUA, enquanto a Cosan recuperou parte da pancada recente graças à notícia de que seu controlador, Rubens Ometto, vai entrar com recursos próprios no aumento de capital bilionário.
Na política, o Senado rejeitou e arquivou a PEC da blindagem, que havia passado na Câmara e gerado forte reação popular, aumentando a tensão entre as Casas. No cenário internacional, a Argentina recebeu um respiro temporário com a negociação de um swap de US$ 20 bilhões com os EUA, mas segue com indicadores internos em queda, reforçando sua fragilidade. No radar de hoje, saem o IPCA-15 no Brasil e o PIB final do 2º trimestre nos EUA; amanhã, o PCE americano, indicador preferido do Fed, deve dar o tom dos próximos movimentos do mercado.
1. 📈 Bolsa tímida, dólar nervoso: quando o gringo fala alto, o real se encolhe
Imagina aquele dia em que você vai à praia, mas o tempo tá nublado. Você até entra no mar, mas não é dia de onda épica, nem de sol de rachar. Foi mais ou menos isso que rolou com a bolsa brasileira: subiu 0,05%, só o suficiente pra renovar a máxima histórica e sair na foto, mas sem festa no quiosque.
Lá fora, nos EUA, o clima também foi de ajuste: bolsas caindo algo em torno de 0,2%, como quem dá aquela espreguiçada antes de decidir se vai correr 10 km ou ficar no sofá. Mas o verdadeiro protagonista do dia foi o dólar, que disparou 0,6% contra as principais moedas e quase 0,9% contra o real.
O motivo? Jerome Powell, o presidente do Fed (o Banco Central dos EUA, nosso “Copom gringo”), soltou aquele papo de “não sei se corto juros já na próxima ou deixo pra depois”. E, como sempre, quando o Fed abre a boca, o mercado ouve como se fosse spoiler de final de novela.
👉 Tradução pro leigo: juros altos nos EUA = dinheiro correndo pra lá = dólar sobe aqui. Mas calma, porque os investidores ainda apostam que vêm dois cortes até o fim do ano, o que levaria a taxa americana para 3,5%. Seria tipo a cerveja ainda cara no bar, mas não mais aquela garrafa premium que custa um rim.
2. ⛽ Petrobras salvando o rolê
Enquanto o Ibovespa parecia um corredor cansado que só trotou pra não perder o treino, quem correu forte mesmo foi a Petrobras (PETR4): disparou 2,26%.
E por quê? Simples: nos EUA, os estoques de petróleo caíram forte. Isso significa que a galera lá tá consumindo mais ou produzindo menos — e quando o petróleo falta, o preço sobe. É oferta e demanda, aquela regrinha básica que funciona melhor do que dieta na segunda-feira.
Com o barril subindo lá fora, a Petrobras pega carona e decola aqui. Foi ela quem segurou o índice pra cima, evitando que o Ibov fechasse no vermelho.
👉 Moral da história: quando o petróleo esquenta, a Petrobras vira o “salva-vidas” da bolsa.
3. 🏛️ PEC da blindagem: Senado e Câmara jogando em times rivais
Saindo do mercado e indo pra política — porque não existe Ibovespa sem Brasília mexendo os pauzinhos —, a novela da vez foi a tal PEC da blindagem.
Pra quem não acompanhou: a Câmara aprovou um projeto que dificultava processos contra parlamentares e estendia certas prerrogativas até pros presidentes de partidos. Parecia aquele truque de “se colar, colou”. Só que não colou.
O Senado, capitaneado por Davi Alcolumbre, disse “aqui não” e arquivou a proposta. E o povo? Foi pra rua. Manifestações com milhares de pessoas deixaram claro que blindagem parlamentar não é exatamente o tipo de política pública que a galera tá pedindo na fila do pão.
👉 Impacto prático: a treta entre Câmara e Senado aumenta, e o investidor vê mais risco político no radar. Em economia, instabilidade política = dólar mais nervoso e bolsa mais volátil. É o famoso “quando Brasília briga, seu bolso sente”.
4. 🇦🇷 Argentina na UTI: Tio Sam empresta o respirador
Enquanto a gente discute PEC, do outro lado do Prata o clima é de UTI econômica. A Argentina, já fragilizada, tá sofrendo com forte desvalorização do peso e indicadores domésticos que não ajudam:
Atividade econômica caiu 0,1% em julho
Consumo em supermercados despencou 2,1%
É tipo estar com febre e ainda torcer o tornozelo jogando bola.
Pra segurar a barra, os EUA entraram em cena e estão negociando uma linha de swap de US$ 20 bilhões. Isso é basicamente como emprestar dólares direto pro Banco Central argentino pra segurar o câmbio. Além disso, há estudo de outras medidas:
crédito via Fundo de Estabilização Cambial,
até compra de títulos argentinos.
O anúncio trouxe um alívio momentâneo: o dólar caiu 2,4% frente ao peso, cotado a 1.337. Mas, sejamos francos, isso é tipo colocar um balde de gelo num incêndio.
👉 Leitura pro investidor brasileiro: Argentina instável significa menos comércio, mais risco regional e dólar ainda mais valorizado aqui.
5. 💸 Cosan e a dança dos bilhões
Pra fechar, teve novela corporativa: as ações da Cosan subiram 6% depois de uma pancada de mais de 18% de queda. O motivo foi o anúncio de uma capitalização de R$ 10 bilhões.
Só que o mercado desconfiou: será que o controlador, Rubens Ometto, vai acompanhar o aumento ou vai se diluir? Eis que saiu a notícia de que ele tá negociando um empréstimo de R$ 750 milhões com o Bradesco pra participar. Aí o mercado respirou: “ok, o dono vai botar a mão no bolso também”.
Na dança dos bilhões, temos:
BTG colocando R$ 4,5 bilhões
Fundo Perfin Infra colocando R$ 2,5 bilhões
E Ometto tentando não perder cadeira no conselho de família.
👉 O recado é claro: quando o controlador mostra comprometimento, a confiança volta e a ação respira.
🎯 O que vem pela frente
Pra não dizer que ficamos só no passado, atenção pra agenda:
Hoje sai o IPCA-15 de setembro (a prévia da inflação brasileira).
Hoje também tem o PIB final do 2º trimestre nos EUA.
Amanhã vem o PCE americano, o indicador de inflação favorito do Fed.
Ou seja: prepare-se, porque o humor do mercado vai depender desses números. Se o PCE vier mais baixo, Powell pode até aliviar a mão nos juros. Se vier alto, segura o chapéu que o dólar pode disparar mais ainda.
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Até amanhã