Café com seu dinheiro: 26/06/2025

Resumo de hoje:

• 🧨 Congresso enterra aumento do IOF e expõe desgaste com o Planalto

• 💸 Mais deputados, mais custo — e reprovação popular

• 🛑 Trump bombardeia o Irã e depois convida para conversar

• 🏦 Fed sem novidades, mas Krugman dispara críticas

• 🛢️ Shell e BP negociam fusão que pode sacudir o setor de energia

• 🗽 Nova York pode eleger um socialista de Uganda

O ambiente no mercado financeiro brasileiro deteriorou de vez. O Ibovespa encerrou mais um pregão em forte queda, recuando 1%, e consolidou um desempenho preocupante: já são seis baixas nos últimos oito dias de negociação, com uma perda acumulada de quase 2 mil pontos em menos de duas semanas. A aversão ao risco aumentou visivelmente, e o investidor doméstico tem preferido se afastar da bolsa e buscar alternativas mais seguras, diante de um cenário político cada vez mais instável e imprevisível.

O pano de fundo por trás dessa fuga é claro: a crise institucional entre o Congresso e o governo voltou a ganhar força, e os atritos estão contaminando a confiança dos mercados. Essa percepção negativa também se refletiu no câmbio. O dólar comercial avançou pelo segundo dia consecutivo, fechando a R$ 5,554, com uma alta de 0,63%. A moeda americana segue pressionada tanto por fatores externos quanto internos, mas, neste momento, é o ruído político e fiscal que mais pesa. A leitura dominante entre investidores é que, com o avanço da incerteza em Brasília e o risco fiscal mal resolvido, o real tende a seguir sob pressão.

O estopim da crise política veio com força: a Câmara dos Deputados derrubou o decreto do governo que aumentava o IOF sobre investimentos, numa votação simbólica e altamente reveladora. Foram 383 votos contra 98 — e o mais impressionante: 242 parlamentares da própria base do governo votaram contra a medida. O presidente da Câmara, Hugo Motta, surpreendeu ao colocar o tema em pauta sem aviso prévio, num gesto claro de insatisfação e sinalização de força.

Nos bastidores, o que se comenta é que os deputados estão irritados com a lentidão na liberação das emendas parlamentares, e usaram o IOF como forma de pressionar o Planalto. O mercado leu como sinal de fragilidade política — e de que a articulação do governo está por um fio.

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Na mesma toada, o Congresso aprovou um projeto que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531 já nas eleições do ano que vem. Embora a justificativa seja "readequar a representação dos estados", o custo estimado da medida ultrapassa R$ 200 milhões por ano, somando salários, verbas, assessorias e estrutura.

A população não gostou: segundo o Datafolha, 74% dos brasileiros são contra a criação de novas cadeiras. Em tempos de ajuste fiscal e discurso de responsabilidade com o dinheiro público, a proposta é vista como mais uma contradição entre o discurso e a prática do Congresso.

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No noticiário internacional, Donald Trump voltou ao centro da geopolítica global. Após autorizar um ataque aéreo que, segundo ele, destruiu completamente instalações nucleares iranianas, o ex-presidente americano disse que pretende se reunir com autoridades do Irã na próxima semana.

O movimento surpreendeu analistas, que veem o estilo Trump se repetir: ataque seguido de diplomacia — o famoso “bate e assopra” em versão nuclear. A reação nos mercados foi contida, mas a tensão permanece.

O presidente do Federal Reserve falou ao Senado dos EUA, mas não trouxe novidades sobre a trajetória dos juros. O mercado seguiu estável, com o S&P 500 encerrando o dia no zero a zero.

Quem movimentou o debate foi Paul Krugman, Nobel de Economia, que criticou duramente o aumento das tarifas de importação promovido por Trump. Segundo ele, os EUA passaram de uma tarifa média de 3% para 17% — o maior nível desde 1936. Krugman alertou:

Em Londres, um possível megamovimento começa a ser discutido: Shell e BP iniciaram conversas preliminares para uma fusão histórica, que poderia formar uma das maiores companhias de petróleo e gás do mundo. A motivação? Reduzir custos, ganhar escala e enfrentar o desafio da transição energética num cenário global cada vez mais volátil. O mercado ainda observa com cautela, mas o sinal de concentração no setor já acendeu o radar de investidores.

E fechando o giro com política internacional: Zohran Mamdani, nascido em Uganda e radicado nos EUA, venceu as primárias do Partido Democrata para a prefeitura de Nova York. Socialista declarado, Mamdani lidera as intenções de voto na cidade mais simbólica do capitalismo mundial — o que já provoca inquietação em setores conservadores e curiosidade nos investidores.

RODAPÉ

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