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Resumo de hoje:

  • ☀️ A ressaca dos juros está passando – O alívio nas taxas futuras mostra que o mercado voltou a acreditar na desinflação e em cortes sustentáveis na Selic.

  • 🤝Lula, Trump e o improvável acordo da paz comercial – Uma conversa improvável reacende esperanças de cooperação econômica entre Brasil e EUA.

  • 🇦🇷📊Milei e o novo enredo argentino – O presidente argentino conquista apoio no Congresso e anima os investidores com promessas de ajuste fiscal.

  • 🏦💰Lucros bilionários e uma Faria Lima dividida – Grandes bancos seguem lucrando forte, mas o cenário mostra diferenças entre os gigantes do setor.

  • 💸O novo Simples e o velho desafio fiscal – A proposta de ampliar os limites do Simples anima empreendedores, mas preocupa o Tesouro Nacional.

O mercado começou a semana com um raro clima de otimismo. As bolsas subiram lá fora e o Ibovespa acompanhou o ritmo, embalado por um dólar mais calmo e uma queda consistente nas taxas de juros futuras. O Boletim Focus mostrou melhora nas expectativas de inflação pela quinta semana consecutiva, a Petrobras reduziu o preço da gasolina e até o cenário político internacional deu sinais de trégua, com Lula e Trump discutindo um possível acordo comercial e China e EUA voltando a dialogar. O resultado foi um mercado mais confiante, que enxerga espaço para crescimento sem a velha sombra da inflação.

Enquanto isso, a América do Sul vive seus próprios ajustes. Javier Milei conquistou maioria no Congresso argentino e trouxe alívio para investidores da região. Os grandes bancos brasileiros continuam lucrando alto, mesmo com desafios em setores como o agronegócio, e o projeto de lei que amplia os limites do Simples Nacional promete facilitar a vida de milhões de empreendedores, mas com custo fiscal elevado. No geral, o Brasil parece ter encontrado uma brisa favorável: inflação em queda, juros cedendo e um otimismo moderado que, se mantido, pode finalmente transformar a maré em prosperidade.

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1️⃣ A ressaca dos juros está passando ☀️

Sabe aquela sensação de acordar depois de uma noite longa e perceber que a dor de cabeça já está indo embora? É mais ou menos o que o mercado financeiro anda sentindo em relação aos juros.

As taxas de médio prazo, que beiravam 16% no início do ano, agora estão próximas de 13%. É uma diferença enorme, e ela conta uma história: o mercado finalmente começa a acreditar que o pior da inflação já passou e que o Banco Central poderá seguir cortando juros de forma mais confiante.

Isso é relevante porque juros são a espinha dorsal da economia. Quando caem, o crédito fica mais barato, as empresas voltam a investir, o consumo dá um respiro e o ciclo começa a se retroalimentar. Quando sobem, o efeito é o oposto: o dinheiro encarece, o consumo trava e o país sente o peso do freio.

O Boletim Focus, divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central, mostrou uma sequência de boas notícias. O mercado reduziu pela quinta semana consecutiva a projeção de inflação, agora em 4,56% para 2025 e 4,2% para 2026. É como se o mercado dissesse: “ok, o Brasil parece estar no caminho certo”.

Outro fator que contribuiu foi a redução do preço da gasolina pela Petrobras. Pode parecer detalhe, mas combustível é um dos grandes vilões da inflação brasileira, porque afeta o preço de transporte, alimentos e logística. Menor preço na bomba significa menor pressão nos índices de preço, e isso ajuda a ancorar expectativas.

No fim das contas, é um ciclo virtuoso. Menos inflação gera menos juros, que gera mais crescimento, que gera mais arrecadação e, por consequência, mais confiança. O país ainda está longe de um cenário ideal, mas o vento está soprando na direção certa.

2️⃣ Lula, Trump e o improvável “acordo da paz comercial” 🇧🇷🤝🇺🇸

Se alguém dissesse há alguns anos que Lula e Donald Trump estariam sentados à mesma mesa discutindo um possível acordo tarifário, muita gente teria dado risada. Mas é 2025, e o mundo já nos provou que ironia é um recurso macroeconômico.

O encontro entre os dois líderes no domingo passado acendeu uma chama de otimismo inesperada. Um possível acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos teria impacto direto em setores estratégicos, como agronegócio, siderurgia, etanol e tecnologia. Menos barreiras e tarifas significam mais exportação, mais entrada de dólares no país e mais crescimento interno.

Além disso, o simples gesto diplomático ajuda a melhorar a percepção internacional sobre o Brasil. O investidor estrangeiro olha não só para os números, mas também para o clima político e para o alinhamento global. Se o Brasil parece um jogador disposto a dialogar, as portas se abrem.

E como se isso não bastasse, China e Estados Unidos também sinalizaram um momento de trégua. O investidor, que vinha em modo “defensivo”, voltou a olhar para países emergentes com mais carinho. E entre todos, o Brasil brilha: temos juro real alto, bolsa relativamente barata e uma economia que, apesar das trapalhadas, continua resiliente.

Em outras palavras, o Brasil virou aquele crush improvável do Tinder global dos investimentos.

3️⃣ Milei e o novo enredo argentino 🇦🇷📊

Sim, você leu certo. A Argentina, que há anos é sinônimo de crise, dessa vez entrou na história como fator de alívio. O presidente Javier Milei venceu as eleições legislativas e consolidou maioria no Congresso, o que dá a ele força política para implementar parte das reformas que prometeu.

Para o investidor brasileiro, isso é música. Quanto mais previsível for a Argentina, menor o risco de contágio regional. Um país vizinho em colapso sempre gera desconfiança sobre o bloco inteiro. Agora, com Milei disposto a cortar gastos, reduzir o tamanho do Estado e abrir a economia, o humor melhora.

O Ibovespa respondeu imediatamente e bateu um novo recorde histórico. Não porque o Brasil dependa da Argentina, mas porque o mercado financeiro adora previsibilidade. E quando vê vizinhos agindo com mais racionalidade, o investidor global se sente mais confortável em apostar em toda a região.

Pode até ser cedo pra comemorar, mas se a Argentina conseguir colocar o trem de volta nos trilhos, a América do Sul pode ganhar mais relevância no mapa global de investimentos.

4️⃣ Lucros bilionários e uma Faria Lima dividida 🏦💰

Enquanto boa parte da economia começa a se reerguer, o sistema bancário continua sendo o grande espelho da resiliência brasileira. As projeções indicam que os grandes bancos devem lucrar cerca de 25 bilhões de reais no terceiro trimestre.

Esse número impressiona, mas tem nuances. É uma queda de 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado, embora represente uma alta de 1,2% frente ao segundo trimestre. Ou seja, o setor não cresce no mesmo ritmo de antes, mas segue extremamente rentável.

O Itaú deve continuar batendo recordes e mostrando por que é o queridinho da Faria Lima. Já o Banco do Brasil enfrenta mais desafios, especialmente com os calotes e dificuldades no agronegócio, que vêm pressionando resultados.

Para quem está de fora do mercado financeiro, isso pode parecer distante, mas é essencial entender. Quando os bancos vão bem, o crédito tende a fluir com mais facilidade. Quando apertam os resultados, as condições de financiamento ficam mais duras. O lucro do banco, no fim, é uma lente sobre o ciclo econômico do país.

Mesmo com as oscilações, o sistema financeiro brasileiro continua sendo um dos mais sólidos do mundo. Os bancos daqui já atravessaram inflação, impeachment, pandemia e até bloqueio de conta nos anos 90. Eles se adaptam. E é por isso que o investidor estrangeiro olha para o Brasil com respeito.

5️⃣ O novo Simples e o velho desafio fiscal 💸

Por fim, uma pauta que mexe diretamente com milhões de brasileiros: o Simples Nacional. Criado para facilitar a vida de quem empreende, o regime unifica todos os tributos federais, estaduais e municipais em um só pagamento. Tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei que altera os limites de faturamento das empresas que podem aderir.

Hoje, os limites são:

  • R$ 81 mil por ano para o MEI

  • R$ 360 mil para microempresa

  • R$ 4,8 milhões para empresa de pequeno porte

Na nova versão, os valores saltariam para:

  • R$ 145 mil no MEI

  • R$ 869 mil para microempresa

  • R$ 8,6 milhões para empresa de pequeno porte

Parece ótimo, e de fato é um alívio para quem empreende. Permite crescer sem precisar sair do regime simplificado e enfrentar a burocracia do lucro presumido ou real. O problema é que essa generosidade custa caro. A Receita Federal estima uma perda de arrecadação de cerca de 22 bilhões de reais em 2026.

Hoje o Brasil tem 26,3 milhões de CNPJs ativos, sendo 23 milhões enquadrados no Simples. E o número de MEIs explodiu: eram 700 mil em 2010 e já passam de 16,5 milhões em 2025. Ou seja, quase todo o ecossistema de pequenos negócios vive dentro desse regime.

O desafio é o equilíbrio. Por um lado, incentivar o empreendedorismo é vital para gerar emprego e renda. Por outro, o governo precisa manter as contas públicas sob controle. Se de um lado o Simples simplifica, de outro ele ameaça complicar o caixa do Tesouro.

☕ Fechando a conta

O Brasil vive um raro momento de sinergia econômica. Inflação em desaceleração, juros em queda, bolsa em alta, dólar recuando e até o noticiário político respirando. É como se, depois de anos de tempestade, o país finalmente tivesse encontrado uma brisa morna no rosto.

Mas é importante lembrar que a economia é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Qualquer descuido pode trazer a euforia de volta para o chão. A confiança do investidor, a credibilidade fiscal e o equilíbrio político são ingredientes que precisam ser mantidos todos os dias.

Por ora, o clima é de otimismo cauteloso. Um país que aprende a celebrar pequenas vitórias, como um corte no preço da gasolina, um dado melhor de inflação ou uma conversa diplomática improvável. O Brasil, ao que tudo indica, está aprendendo a crescer sem precisar de crise.

E como bom carioca que sou, deixo o conselho final: mantenha o café quente e a cabeça fria. Porque o mercado, assim como o mar de Copacabana, pode estar calmo hoje, mas basta uma mudança de vento pra tudo virar de novo. 🌊

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Até mais tarde!

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