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Caneta Caiu: 09/10/2025
O mercado vive um bom momento com juros em queda e dólar recuando, mas o risco fiscal segue como a nuvem que pode estragar o voo do Brasil. ✈️💰
Resumo de hoje:
🕊️ Trégua em Gaza: Hamas e Israel anunciam cessar-fogo permanente após dois anos de guerra, trazendo alívio aos mercados globais.
📉 BC firme no juro: Diretor do Banco Central diz que a economia opera acima do potencial e não descarta nova alta da Selic.
💻 IPOs brasileiros em NY: Techs nacionais voltam a mirar a bolsa americana, aproveitando a retomada de apetite por risco.
💳 Fintechs em alta: Pagaleve levanta R$160 milhões e já vale R$1 bilhão com o “carnezinho do PIX” ganhando o varejo.
🛒 Assaí segue forte: Mesmo com alta de 60% no ano, o BB vê espaço para mais ganhos nas ações do atacarejo.
“Vocês não contavam com a minha astúcia!”, já diria Roberto Gómez Bolaños personificado no icônico Chapolin Colorado. O que era bom, ficou ainda melhor. Se você se acostumou a tomar aquele café com a gente, agora vai se deliciar em terminar o dia, quando eu, você e a torcida do Flamengo, todos nós estamos LARGANDO A CANETA, lendo mais notícias para chegar na sua querida residência com mais assuntos para debater com seu ou sua cônjuge, mãe, pai, cachorro ou papagaio. A escolha é sua.
O dia trouxe um respiro raro no noticiário global 🌍: após dois anos de conflito, Hamas e Israel anunciaram um acordo de cessar-fogo permanente, com libertação de reféns e retirada parcial de tropas. O pacto, mediado por potências ocidentais, foi lido como um alívio geopolítico e deve reduzir o prêmio de risco global — o que, na prática, pode esfriar o petróleo, aliviar o dólar e melhorar o humor dos mercados. Mas o investidor experiente já sabe: trégua no Oriente Médio nunca é sinônimo de estabilidade garantida, e o próximo capítulo ainda pode surpreender.
Por aqui, o Banco Central voltou ao tom firme, dizendo que a economia opera acima do potencial e não descartando nova alta da Selic — recado direto de que o “happy hour dos juros baixos” ainda não começou 🍸. Mesmo assim, o apetite de risco se manteve: fintechs como a Pagaleve levantaram cheques de R$ 160 milhões e já valem R$ 1 bi, o mercado de M&A segue aquecido (Riza comprou a Virgo), e até o varejão brilhou com Assaí recebendo nova recomendação de compra. No fundo, o copo do investidor segue meio cheio: há chance real de crescimento — desde que o gelo da disciplina e da governança continue dentro do drinque. 🍹
1 | A trégua que acende (ou reacende) esperanças no front geopolítico 🌍🕊️
Se você tem acompanhado o noticiário internacional, sabe que o Oriente Médio estava no fio da navalha. Hoje o Hamas anunciou que fechou com Israel um cessar-fogo permanente e uma troca de prisioneiros que incluiria libertação de israelenses em 72 horas após a assinatura, além de retirada parcial de tropas, entre outras cláusulas.
Esse acordo, por si só, já é um divisor de águas simbólico — afinal, desde outubro de 2023 o conflito vinha escalando com perdas humanas enormes.
Mas, como toda boa negociação de paz, há “poréns”: a execução depende da ratificação do gabinete israelense, da vigilância de mediadores, do cumprimento das trocas de prisioneiros e da retirada real das tropas. Em muitos casos, acordos similares já fracassaram por descumprimento ou reações internas de grupos contrários.
O que significa para os mercados?
Cai o prêmio de risco global: em teoria, menos volatilidade internacional, menos estresse em commodities e energia.
Pode haver alívio na pressão sobre moeda forte, crédito, fluxos de investimento.
Mas atenção: se a transição for abrupta, pode haver surpresas locais (retaliações, reacomodações).
Resumo: é um passo pra frente, porém com o pé atrás. 🏃♂️💡
2 | Aqui no Brasil: economia supera o potencial — e o BC não está com pressa para “beber menos juro” 🍸
O segundo giro quente do dia vem de Brasília: o Banco Central afirmou, via seu diretor, que a economia brasileira estaria operando acima do potencial, o que — do ponto de vista da autoridade monetária — gera “tônus inflacionário”. Logo, o recado é claro: por mais que muitas vozes queiram cortes de juro, o BC não descarta elevar a Selic de novo, caso o cenário econômico exija.
Esse tipo de discurso de “flexibilidade com cautela” não é novidade: o BC quer manter credibilidade no combate à inflação, enquanto monitora se os efeitos da Selic já estão fazendo efeito na economia real. Ou seja: “não prometo que vou cortar — mas se você exagerar, posso subir”.
Para investidores, isso manda dois sinais simultâneos:
O custo de dinheiro (juros) ainda pesa — operações de crédito, alavancagem etc., continuam com freio.
Há chance de alívio se o ciclo mostrar que desaceleração é real (ou “dor” for sentida na atividade).
3 | Techs brasileiras de olho em Wall Street: nova temporada de IPOs vem aí 📈🚀
Se a global esfriasse, o Brasil poderia perder o bonde. Mas o que vimos hoje já confirmou que esse trem talvez esteja acelerando: o “Brasil techs em NY” volta ao radar, com bancos de investimento apontando que várias startups ou scale-ups brasileiras já olham para IPOs americanos com ambição.
Por que lá fora? Porque lá (em NY) há mais liquidez, compreensão maior de risco tecnológico e benchmarks que valorizam crescimento. Mas, claro, para chegar lá, é necessário mostrar governança, histórico operacional razoável e tração de mercado.
Em resumo: quem conseguir “escapar da gravidade” dos juros altos domésticos talvez ganhe altitude lá fora. Quem perde o timing, pode assistir o combo “juro + câmbio” pesar no resultado.
4 | No varejo-fintech: “Carnezinho no PIX” levanta R$ 160 mi e já mira valuation de R$ 1 bi 🥩🔁
Saindo das camadas macro e entrando no chão-da-fábrica da economia: conheça a Pagaleve, fintech que oferece parcelamento em até 4× via PIX (sem juros), direto no checkout do varejista. Eles captaram R$ 160 milhões — já atingindo a marca de valuation de ~R$ 1 bilhão.
Alguns números que chamam atenção:
Taxa de aprovação > 70%
Inadimplência ~2%
Carteira de clientes já contada em milhões
Esses indicadores mostram algo que muitos investidores veneram: modelos de negócio escaláveis com risco bem mapeado via dados/IA.
E o nome “Carnezinho no PIX”? — é título coloquial, mas revela algo importante: esse tipo de produto vive de volume + repetição. Pra dar certo, precisa estar inserido na jornada de consumo habitual. Se virar escolha de rotina, vira gigante.
Esse movimento reforça a tese: crédito de consumo no Brasil está sendo reconfigurado — fora da caixa do cartão de crédito tradicional.
5 | M&A de impacto: Riza compra Virgo, setor de crédito estrutura mudança 🧩
Não para por aí. No segmento de crédito estruturado e securitização, algo que há muito anda nas mãos de poucos olhos atentos, houve compra relevante: a Riza (empresa de crédito) adquire a Virgo, securitizadora que vinha enfrentando desafios de credibilidade.
O plano é reposicionar a Virgo com nova gestão, reforço de compliance e governança — essencial num setor onde risco e transparência andam de mãos dadas.
Isso não é só “uma operação de bastidores”: é um sinal claro de que players financeiros querem consolidar e “limpar” ativos com potencial latente, investindo não só no risco, mas na confiança institucional.
6 | Eletricidade societária: Light troca de figurinos acionários ⚡🏛️
No tabuleiro das utilities, há movimento interessante: o fundo Samambaia (ligado a Ronaldo Cezar Coelho) agora assume 20,01% da Light, tornando-se o maior acionista individual. Paralelamente, a WNT (ligada a Tanure) ficou com 18,94%. Essas movimentações incluem venda de fatias via BTG e reconfigurações envolvendo a Emae.
Por que isso importa? Em empresas de capital intensivo e regulamentado (como energia), o controle acionário e quem vota no conselho definem diretrizes de investimento, tarifário, inadimplência e expansão.
Se a nova liderança trouxer governança, perspectivas de eficiência elétrica e menos risco regulatório, há valor a capturar — mas a usina de expectativas vai estar ligada no 220 V.
7 | No varejão (mas não tão varejão): Assaí ainda com chão para subir 🛒📦
Para fechar nosso cardápio, volto ao atacarejo: ASAI3 — as ações do Assaí — já têm alta expressiva no ano, mas o BB Investimentos acaba de dar upgrade forte no preço-alvo (para ~R$ 14) e manter recomendação compra.
O racional do BB:
Operação bem enxuta e disciplinada
Expansão contínua de lojas
Ganho de escala
Margens que podem melhorar com eficiência logística
Logo, se você já está dentro, pode respirar. Se está avaliando entrada, vale observar o preço atual e o “gap para prêmio” que o mercado pode ainda conceder.
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Até amanhã